Luti e Valquíria, um amor que tudo vence by Margot - Capítulo 9 O Final

Capítulo 9 – Aqueles que se amam sempre conseguem se encontrar...

Luti não iria desistir, ele iria lutar pelo amor da sua vida, como ele sempre disse que faria. Ele iria cumprir todas as promessas que fez a sua amada Val.  Mostraria a ela que todas as vezes que lhe jurou amor ele estava sendo sincero. Sua meta, em curto prazo era ir atrás da Valquíria e reconquistá-la e pedir-lhe perdão, de joelho se preciso fosse. Ele sabia que ela ainda o amava, dava para ver nos seus olhos. Valquíria sempre foi transparente, sempre mostrou os seus sentimentos à flor da pele, isso era uma das coisas que ele mais gostava nela.

O pedido de perdão

- Licença, eu estou sentado aqui.

- Lu-Luti?! Você aqui?! Como você me achou? Como você sabia? O que você está fazendo aqui?

- Nossa!!! Eu estava com saudades dessa sua curiosidade toda!  - disse Luti, dando risada, ele estava morrendo de saudade dela! Adorava provocá-la e não se conteve. Ela ficava irresistível irritada.

- Vai-te catar! Valquíria levantou-se da poltrona do avião e ia saindo, quando Luti segurou-lhe por trás na cintura e com uma mão ofereceu-lhe o buquê de flores vermelhas que ele tinha comprado para ela e no seu ouvido disse:

- Eu estou aqui porque eu te amo, nunca deixei de te amar. Eu penso em você todos os dias, sonho com você todas as noites, desde que você partiu. Eu te acharia no fim do mundo se fosse preciso. Eu vim te pedir perdão por tudo que eu fiz e por tudo que eu não fiz, por todos os meus erros e eu sei que foram muitos. Eu vim te pedir para voltar para mim, minha vida não tem sentido sem você. Eu sei que eu estou seis meses atrasado. Mas dessa vez, eu vou para Londres com você. Val se virou para ele com os olhos incrédulos, marejados e um sorriso encantador. Como ele era louco por aquele sorriso! Como ela estava linda!

- Eu sabia que você não mentia para mim quando dizia que me amav...

Antes de Valquíria terminar ele roubou-lhe um beijo. E ele a beijou como nunca a havia beijado. Como nunca havia beijado nenhuma mulher antes dela.  Intensamente, desesperadamente, urgentemente como se o mundo fosse acabar naquele instante. E para sua surpresa, ela correspondeu, e com a mesma intensidade e com um gosto de saudade.

- Eu não disse que te perdoei! Eu não estou nem aí para você!

- Então diz que não me ama! Olha bem nos meus olhos e diz! Você é louca por mim!

- Garoto metido! Eu te odeio!

- Ah, é! Me odeia, é? Então vem cá me dizer que me odeia! E ele roubou-lhe mais um beijo de tirar o fôlego.

- Luti, para! Não pense que você pode aprontar todas e depois é só vir aqui com essa cara de cachorro molhado, e tudo bem!

- Eu te amo tanto, como eu nunca achei que pudesse amar alguém! Me perdoa,vai! Eu fui imaturo, covarde, babaca, mas eu aprendi a lição! Não vou te decepcionar de novo!  - disse Luti olhando bem nos olhos dela.

Val não resistiu e cedeu, passando suas mãos por volta do pescoço do seu Romeu. Ela disse:

- Eu senti tanto a sua falta! Sabia?  - olhando para ele toda dengosa.

- Sabia! Eu também senti muito a sua falta. Te amo!

- Eu também te amo muito!

 

- Mas eu te amo mais, muito mais!  - respondeu Luti sorrindo e dando mil beijinhos na sua Julieta...

Finalmente, Romeu e Julieta tiveram um final feliz, o ódio dos pais não conseguiu destruir o amor dos filhos. Valquíria não era a mulher ideal, muito menos perfeita, mas era a mulher que ele amava, e Luti a amava exatamente como ela era. E para Val, Luti não era o seu príncipe encantado, nem o homem dos seus sonhos, era o homem da sua vida. Porque a vida, quando vivida intensamente pode ser muito melhor que o sonho. E eles não viveriam felizes para sempre, porque a felicidade se constrói aos poucos e é um conjunto de instantes. Mas viveriam com muita paixão, porque se tinha alguma coisa que eles tinham certeza era da paixão que sentiam um pelo outro. A paixão é aquilo que alimenta o amor entre um homem e uma mulher a cada dia. Afinal, de que vale o amor sem paixão? De que vale a vida sem paixão?

Curiosos como Luti conseguiu sentar exatamente na poltrona ao lado da Valquíria? Vocês acham que foi o destino que ajudou? Não. De novo Ari e André interferiram e ajudaram a sorte de seus filhos. Porque, nas boas estórias de romance, sempre tem aquele que atrapalha e depois aquele que ajuda.

Sete anos depois...

Trim, trim, trim...

- Amorrr, atende ao telefone!  - disse Val com voz de sono, querendo não se mexer.

- E porque eu? Se o telefone está aí do seu lado, meu amor!  - respondeu Luti, se espreguiçando.

- Porque só pode ser o seu pai! E ele não vai querer falar comigo.

- Claro que não, meu amor! O MEU pai liga de madrugada, de manhãzinha. É o SEU pai que liga nesse horário, no meio da noite, e ele também não vai querer falar comigo...  - Luti respondeu já acendendo a luz.

TRIM, TRIM,  TRIM...

- Atende logo Valquíria!

- Alô! Oh meu bem, o que aconteceu?

Fez-se silêncio

- Quem é?  - perguntou Luti.

- A Mabi. Ela quer falar com você. Adivinha? Brigou com o namorado.  - Val disse se segurando para conter a risada.

- De novo?!  - Luti não conseguiu não rir.

- E depois, eu é que era a criança quando eu tinha a idade dela e brigava com você... Valquíria falou baixinho. Lembrando-se do seu tempo de 18 anos, com um sorriso de saudade no rosto. Bons tempos aqueles quando tudo era motivo para uma tempestade...

E por mais maturidade de tenhamos, quando nos apaixonamos agimos como crianças. Os gregos e romanos sabiam muito bem disso, não é à toa que freqüentemente representavam o seu deus do amor como um adolescente, quando não, como uma criança travessa.

FIM