O maior amor de todos - Um final alternativo para a novela TiTiTi by Smallzinha Capítulo 7

Fim da 6ª Parte

            O fato é que Marcela e Renato não se aperceberam do mal-entendido que aquele inocente carinho daria origem e por conta disso, começaram a arrumar as coisas da moça para a sua saída do hospital.

7ª Parte

            Já eram 11h da manhã e Marcela não conseguiu evitar a frustração pelo fato do Edgar não ter aparecido no hospital, já que, segundo o Dr. Carauta, ele fora igualmente avisado de sua alta. Entretanto, ela não podia mais esperá-lo, pois, precisava reencontrar o filho, a quem não via há vários dias.

            Os dois jovens, então, rumaram à casa do Renato e, lá, Marcela pôde matar a saudade do Paulinho longamente: brincou com ele por horas, deu-lhe banho, deu-lhe de mamar e colocou-o para dormir. Em seguida, almoçou com Renato, acertando com ele como ficariam as coisas em relação ao filho, tendo ficado extremamente feliz com a sua decisão relativa ao sobrenome do bebê.

            Terminado o almoço, Marcela arrumou as coisas do garoto, despediu-se mais uma vez do Renato e rumou de táxi para a casa da qual, agora ela sabia, nunca deveria ter saído e onde fora feliz como nunca.

            No caminho, enquanto brincava com seu bebê, seu coração saltitava de felicidade, imaginando como seria o reencontro com o seu amado e sua família.

            Ao chegar à casa dos Sampaio, foi recebido pela D. Bruna que a abraçou carinhosamente:

 - Minha filha, você está ótima! Que alegria recebê-la de volta em nossa casa! Você e o seu bebê!

 - Ah, D. Bruna, obrigada por me receber de volta! A senhora não avalia a alegria do meu coração de estar aqui e de ter a chance de ser feliz novamente, entende? A propósito, cadê o seu filho? - perguntou animadamente a jovem.

            A D. Bruna que, até então, estava sorridente, não conseguiu disfarçar a mudança no semblante:

- Marcela, minha filha, o Edgar não está. Na verdade, ele não mora mais conosco. Durante o tempo que você passou no hospital, ele se transferiu para o apartamento novo que ele havia comprado na planta há muito tempo.

 - Ah, sim - respondeu Marcela meio desapontada - E onde fica esse novo apartamento? A senhora deve entender que eu preciso muito falar com ele...

 - Bom, eu posso lhe dar o novo endereço do Edgar, mas não vai adiantar, meu anjo...

 - Por quê? - questionou Marcela intrigada

 - Minha filha, ainda pela manhã, o Edgar passou por aqui. Estava muito triste. Tinha acabado de vir do hospital. Disse que viu você e Renato abraçados e trocando carinhos e ele intuiu que você já havia tomado a sua decisão.

 - Ah, meu Deus!  - disse Marcela bastante nervosa - Ele entendeu tudo errado!! De fato, D. Bruna, eu e Renato trocamos um abraço, mas, na verdade, só estávamos nos despedindo, já que eu havia acabado de confessar a ele que não podia dar o meu amor de mulher para outro homem que não fosse o Edgar.

 - Bom, minha filha, seja como for, o fato é que o Edgar achou que era a hora de sair da sua vida. De lá mesmo, do hospital, pelo celular, ele conseguiu, com um agente de viagem amigo nosso, uma passagem para Frankfurt ainda hoje. Veio aqui em casa despedir-se de mim e do pai e rumou rapidamente para o seu apartamento, para arrumar suas coisas e pegar documentos.

 - E a que horas é a tal viagem? - perguntou Marcela, a esta altura já totalmente aflita.

            D. Bruna olhou para o relógio e falou:

 - Bom, o voo está marcado para a tarde, mas eu não sei bem a hora. Ele já deve estar em Guarulhos. Eu quis ir lá para me despedir mais uma vez, mas ele pediu que não fôssemos, pois não queria sofrer de novo a dor da despedida.

 - Eu vou ligar para o celular dele, então - disse Marcela já pegando o seu aparelho.

            Carinhosamente, a D. Bruna, com as mãos, a fez parar:

 - Filha, ele não levou o celular...

 - Como assim? Por que não? Ele não anda sem aquele celular - disse Marcela intrigada.

 - Marcela, acho que você não entendeu. A dor de vê-la com o Renato foi demais para o meu filho. Ele me disse que precisava sair daqui imediatamente; que queria sumir no mundo; que iria viajar sem destino fixo e que sequer ficaria em Frankfurt. Explicou que necessitava se desintoxicar de tudo que lhe lembrasse o último ano de sua vida e por isso, não iria levar celular, nem manteria contato durante um bom tempo. Pediu que compreendêssemos a sua decisão e que não nos preocupássemos porque ele não faria nenhuma loucura. Só iria tentar reaprender a viver sem você.

 - Ah, meu Senhor!  - disse Marcela já chorando - Então, eu preciso correr para o aeroporto. E agora, como eu faço?

- Marcela, o motorista não está agora aqui, mas se você quiser, pode pegar o carro do Edgar. Ele foi para o aeroporto de táxi. Eu torço para que você o encontre lá e, se isso acontecer, use o tempo que for necessário para que vocês se entendam. Eu cuido do Paulinho.

- Obrigada, D. Bruna. Eu vou aceitar sua oferta. Eu preciso fazer alguma coisa. Se eu perder o Edgar novamente, quem vai querer sumir no mundo serei eu!! - disse Marcela já correndo em direção à garagem.

             A jovem, então, entrou no carro do Edgar e rumou para Guarulhos.

            No trajeto, o inconfundível perfume do seu amado entranhado no carro começou a exalar e isso só fez aumentar a dor no coração de Marcela que, neste momento, já chorava copiosamente:

 - Ah, meu Senhor! - disse Marcela em tom de oração - Eu sei que fiz muitas bobagens e talvez nem mereça a sua ajuda, mas, por favor, não me deixe agora. Se o meu amor for embora, eu não vou aguentar. Por favor, não deixe ele ir....por favor...

            Enquanto orava ao volante, Marcela notou pelo retrovisor que um mesmo carro, já há algum tempo, permanecia atrás da Pajero que ela dirigia, o que lhe deixou intrigada.

            Em princípio, achou que era paranóia, por todo o trauma que sofrera. Mas depois, como o carro suspeito não saía de seu derredor, ela resolveu tomar uma atitude:  pegou o celular e fez uma ligação:

- Delegado Valsoni? Boa tarde! Tudo bem com o Senhor?...Aqui quem fala é Marcela Andrade. Lembra de mim?...Pois é... O Senhor falou que se eu tivesse alguma novidade sobre o caso do meu acidente, eu deveria contatá-lo...Então, eu não tenho propriamente nenhuma coisa nova para lhe contar. Mas eu suspeito que estou sendo seguida, como da outra vez...

(continua)

Nota da autora: Sempre considerei que o final de uma novela tem de ser a parte mais emocionante da história. E convenhamos, o último capítulo da novela foi fraco de emoções. Por isso, resolvi criar algumas dificuldades para dar adrenalina ao reencontro do casal. Afinal, diante de tudo o que Edgar sofreu, as coisas não poderiam ser tão fáceis para Marcela. Por fim, uma homenagem ao primo/irmão de criação do Caio Castro, o simpático Anderson Valsoni.