sexta-feira, 6 de maio de 2011

O maior amor de todos - Um final alternativo para a novela TiTiTi by Smallzinha

   Como já anunciado anteriormente, a partir de hoje apresentaremos mais uma versão de final alternativo, escrito por Smallzinha e dividido em 11 capítulos. Espero que todos gostem e curtam da mesma forma que eu!!!

Natureza: fanfiction sem interesse comercial, sendo todos os direitos da estória, seus personagens e marcas, pertencentes à Rede Globo;
Categoria: drama/romance
Estrutura: 11 partes
Classificação: livre, à exceção da última parte, exclusiva para adultos
Obs.:
- As informações médicas não têm subsistência científica, sendo criadas como mero recurso ficcional;
- A referência a nomes conhecidos visa, tão-somente, prestar homenagens, sem nenhuma ligação com a realidade.
- A estória parte da cena final do penúltimo capítulo de Tititi, em que a personagem Marcela está na UTI.

1ª Parte

            Na sala estéril e fria da UTI, uma cena chama a atenção dos enfermeiros e médicos: dois rapazes tristes permanecem silentes ao lado da cama em que segue desacordada uma moça bem jovem e bonita, cercada de aparelhos de monitoramento.

            Os olhos de ambos estão marejados. A emoção à flor da pele denuncia que se tratam de pessoas importantes para a paciente. Eles nada falam, embora diga muita coisa a maneira como cada um segura uma das mãos da moça.

            De um dos lados da jovem, Edgar, tentando conter o desespero, olha tristemente para a sua amada e não se  conforma com a sua impotência diante da iminência de um desfecho fatal.  Ele, então, se volta para o homem que está à sua frente e, vendo em seus olhos emoções tão parecidas às suas, por um momento, chega a esquecer o ódio que ele sempre lhe despertou.

            A cena se prolonga por alguns minutos até que o médico que cuida da Marcela entra e, discretamente, convida os rapazes para se retirarem.

            Já do lado de fora da UTI, os dois interpelam o médico a respeito da paciente:

 - Tudo o que tínhamos para fazer, já foi feito, senhores - Respondeu o Dr. Carauta calmamente - O ferimento na parte externa da cabeça da Marcela não foi de grande monta, mas foi suficiente para causar um trauma considerável que a fez entrar em coma.  Como não sabemos a extensão de um eventual dano cerebral, agora, só nos resta esperar. Mas não se preocupem: qualquer evolução significativa no quadro da moça será avisada a vocês imediatamente, seja boa, seja ruim...

            Os jovens assentiram com a cabeça e, sem dizer mais nada, seguiram em direção à recepção do hospital, onde lhes aguardavam as suas famílias.

            A D. Bruna, intuindo que seu filho não trazia qualquer novidade agradável, nada lhe perguntou, limitando-se a abrir-lhe os braços e a oferecer-lhe um longo abraço.

            Ali, escondido no peito da mãe, o rapaz, então, começa a chorar profundamente. As lágrimas molham-lhe todo o rosto; os soluços sacodem-lhe o corpo.

 - Ela não está reagindo, mãe... - disse Edgar, já quase num fio de voz.

 - Calma, filho!!! Não perca as esperanças - respondeu D. Bruna calmamente, acariciando o rosto do filho - Tenha fé que, no final, tudo dará certo. Ela já sobreviveu antes. Há de sobreviver novamente.

            Enquanto mãe e filho seguem abraçados, a eles se junta, no abraço, o pai, Dr. Gustavo:

 - Vai dar tudo certo, meu filho! Vai dar tudo certo! - cochichou o senhor no ouvido do filho, em cuja face depositou um beijo longo, como forma de dizer-lhe, sem mais palavras, que iria apoiá-lo em sua dor.

            Ali, reunida pela angústia e desespero, a família Sampaio, sem perceber, estava exorcizando uma série de desentendimentos e equívocos.

            A D. Bruna, que nunca conseguira, ao longo dos anos,  esconder seu franco favoritismo em relação ao seu outro filho, Osmar, já falecido, enfim entendia que Edgar, embora forte como um leão, também precisava de colo, de apoio e de ajuda incondicionais.

            Dr. Gustavo, por sua vez, também se ressentiu das atitudes um tanto inadequadas que tivera em relação a Edgar, especialmente por não ter entendido a dimensão da dor que ele tivera com a separação de sua amada, coisa que, agora, lhe parecia tão clara.

            Várias horas depois, a família segue unida, agora sentada em um sofá do hospital.

            As notícias sobre a Marcela não vêm e a D. Bruna já se preocupa pelo fato do filho não querer se alimentar:

 - Edgar, se você não quer ir para casa por um tempo, pelo menos precisa comer alguma coisa, filho. Há um restaurante aqui do lado. Vamos até lá. Será bom, até para que você saia um pouco deste ambiente.

 - Você tem razão, mãe! - respondeu Edgar baixinho - Eu preciso mesmo sair um pouco daqui, mas não é para comer, até porque eu nem conseguiria engolir nada. Vá a senhora, com  o papai, comer algo ou, quem sabe, ir para casa descansar. Eu vou andar um pouco. Preciso ficar sozinho. Mas não se preocupe. Eu não pretendo demorar.

            Dizendo isto, o rapaz saiu da recepção rumo ao jardim de entrada do hospital e, embora estivesse tentada a segui-lo, D. Bruna resolveu respeitar a vontade do filho de estar só.

            Andando sem rumo pela grande área onde ficava o complexo do hospital,  Edgar viu uma pequena capela escondida no meio de um jardim. Uma porta alta com anjos esculpidos em madeira parecia convidar-lhe a entrar. 

            Para desespero de sua mãe, Edgar nunca fora religioso. Não tinha hábito de ir a Igrejas ou de fazer orações. Seu coração, entretanto, agora, estava sequioso de falar com o Deus de quem ele sempre ouvira falar, mas que, no fundo, não conhecia muito bem.

            Ele, então,  entrou e, meio sem jeito, ajoelhou-se em um dos bancos. Olhando fixamente para uma cruz que estava na parede frontal da capela, ele começou a falar baixinho:

 - Eu não sei como começar, mas preciso falar com o Senhor... Eu sei que eu não sou o melhor dos seus filhos. Por muito tempo, eu fui tão egoísta, canalha. Eu só pensava em mim e no meu prazer. Mas, então, eu conheci essa moça, a Marcela... - ao falar em sua amada, a voz de Edgar fraquejou - E junto com ela, veio o Paulinho que, apesar de não ter meu sangue, é como se fosse um filho para mim... O Senhor sabe que, depois deles, tudo mudou! O amor por eles me fez querer ser um homem melhor. Ah, Deus! Como eu os amo! O Senhor sabe disso melhor que ninguém... - disse Edgar, interrompendo a oração com um choro compulsivo.

            Depois de alguns minutos, o rapaz recobra as forças e recomeça a orar:

 - Agora, Deus, a minha amada está morrendo, o meu filho corre o risco de ficar sem a mãe e eu não posso fazer nada... Mas o Senhor pode! O Senhor já a trouxe de volta à vida uma vez. Pode fazer isso de novo. Eu não peço isso por mim... - disse o rapaz, embargando a voz novamente - Ela não me ama mais. Acho que ama outro homem, o pai do filho dela...Então, dê a ela a chance de ser feliz com quem ela ama. O que me importa agora é que ela tenha uma nova chance. Se o Senhor me atender,  eu prometo que não vou mais me colocar no caminho dela e vou deixá-la ser feliz, com o Paulinho e com o homem a quem ela escolheu...

            Ao dizer isso, Edgar novamente rompeu em prantos por vários minutos e,  em seguida, depois de acalmar-se, enxugou as lágrimas e, sem saber como terminar sua oração, disse um tímido "Amém". Depois disso, rapidamente, levantou-se em retirada.

            O rapaz não percebeu, mas outra pessoa, que também entrara ali para fazer suas preces e que estava oculta entre as colunas da capela, depois de ouvir toda a sua oração desesperada, concluiu que, afinal, o verdadeiro Edgar Sampaio era bem diferente do que sempre lhe parecera.

            Enquanto isso, Edgar caminhava a passos lentos e tristes de volta à recepção do hospital, em cuja porta, a sua mãe já lhe esperava ansiosa:

 - Filho, aconteceu alguma coisa.  O Dr. Carauta acabou de pediu para você ir imediatamente à UTI.

            Sem pensar duas vezes, Edgar saiu correndo em direção ao centro de tratamento intensivo onde estava sua amada. No trajeto,  milhões de imagens e emoções vinham-lhe à mente, embotando-lhe a vista. Chegando, então, ao seu destino, seu coração, já temeroso com o que poderia encontrar,  quase parou com o que viu através da persiana semi-aberta da janela da UTI.

(continua)


Nota da Autora: Nunca entendi muito bem o comportamento do casal Sampaio em relação ao Edgar, a quem nunca deu um apoio verdadeiramente incondicional no momento em que ele mais precisou, chegando ao cúmulo de confraternizar com o homem que arruinou a felicidade do filho. Minha intenção nesta parte, então, foi promover a reconciliação da família, com um implícito mea culpa dos pais em relação ao rapaz.  Por fim, uma homenagem ao quase onipresente assessor do Caio Castro, Felipe Carauta.

    Não percam o segundo capítulo de "O Maior amor de todos", no próximo domingo!!!!!

8 comentários:

  1. Lindooooooooooo simplesmente!!!

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  2. Adorei!

    Concordo com você sobre a atitude dos Sampaio com relação ao filho. Aquele natal, foi qualquer coisa!

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  3. Amei! Parabéns Smallzinha!
    Bjos.

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  4. Elo, Margot e Mandy aguardem os próximos capítulos!!!! Fica ainda melhor!!!!!

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  5. Adorei Smallzinha. Parabens. Voce escreve hiper bem. Ficou linda a cena da familia Sampaio, os pais enfim demonstrando o seu amor pelo Edgar. Ja estou anciosa pelos proximos capitulos.
    Bjs. Rita.

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  6. Pois é, meninas,
    Vá entender o que se passava na cabeça do casal Sampaio ao tratar o Edgar daquela forma! O lance do Natal lembrado pela Margot, então, não tem qualquer justificativa.
    Obrigada pelos elogios, queridas! Mas lembrem que nunca escrevi fanfiction, especialmente com texto adulto (na parte final). Então, sejam condescendentes comigo, tá? :))
    Beijo!

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  7. Smallzinhya,ficou muiti,muito bom.
    E se aproxima demais do q o q eu penso ser o ideal.
    Diferentemente da Margarida,vc não opta pelo humor,e sim para se aproximara ao máximo de algo que achamos coerente com o início da novela.Não q os finais da Marga sejam menos geniais por isso,obviamente não,muito pelo contrário,é o q nos deixa encantadas,mas o seu fica mais próximo do q o q consideramos "real",por assim dizer.
    Muito bom,parabéns,abreços!

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  8. Obrigada, Luna!
    Cada estilo de texto tem seu lugar.
    Os textos irônicos e cheios de humor da Margarina são fantásticos e nos ajudaram, sobretudo, numa época em que a novela era só chateação.´É óbvio, então, que eu não me arriscaria na mesma seara da amiga, se não passaria vergonha.
    Daí a opção por texto mais sério e próximo da novela mesmo, embora com um final bem diferente daquele que nos foi apresentado.
    Beijo!

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