segunda-feira, 16 de maio de 2011

O maior amor de todos - Um final alternativo para a novela TiTiTi by Smallzinha Capítulo 6

   
Final da 5ª Parte:

            Incapaz de continuar vendo aquela cena, Edgar baixou os olhos e, quase desfalecendo de tristeza, retirou-se sem ser notado. Na mente, uma certa promessa que fizera a Deus na capela; no coração, o desespero ao constatar que, afinal, acabara de perder de vez o único amor de sua vida.

6ª Parte

            Momentos antes do Edgar entrar no hospital para ver uma das cenas mais tristes de sua vida,  o Dr. Carauta estava em sua sala, analisando os últimos exames de Marcela e convencido de que ocorrera um verdadeiro milagre, isto porque, apesar da violência do acidente envolvendo a moça, conforme as fotos que ele mesmo viu, os danos à sua saúde acabaram sendo bem menores do que se podia imaginar. Afinal, em apenas 10 dias, a paciente estava plenamente recuperada, sem portar nenhuma sequela digna de nota.

            O médico, então, foi ao seu quarto, cumprir a promessa de lhe dar alta antes das duas semanas inicialmente previstas.

 - Cadê a minha paciente preferida? - disse o médico à Marcela carinhosamente - Mocinha, vim lhe avisar que você já está de alta e que já mandei comunicar isso aos seus dois namorados! - completou em tom jocoso, piscando-lhe um dos olhos.
           
            Marcela soltou, então, a sua velha e conhecida gargalhada e, rubra, tentou emendar o médico:

 - Eles não são meus namorados, doutor. Aliás, eu nem sei bem o que eles são para mim, atualmente.

 - Eu sei que você não sabe, querida. Mas, se posso dar minha opinião em um assunto que não me diz respeito, decida-se logo, menina, antes que os pobres morram de tanta ansiedade. Eu os proibi de virem ver você, mas eles não param de rondar o hospital. Um deles, inclusive, chega a dar dó de tanta preocupação com você.

 - A qual deles se refere, doutor?

- Ah, eu não me lembro o nome do rapaz, mas lhe sugiro tomar logo uma atitude  porque todas as mulheres do hospital estão apaixonadas por ele!  - disse o médico rindo, ao mesmo tempo em que saía da sala.

            Marcela, então, mais uma vez, gargalhou, agora mais ruidosamente, desta vez sem ter a menor dúvida sobre a qual dos rapazes o médico se referia.

            Sim, porque certamente ele só podia estar se referindo a um deles, o mesmo que também lhe tirara o fôlego assim que ela se deu conta de sua beleza e charme; o mesmo que lhe conquistou o coração sem qualquer esforço com um só dos seus olhares; o mesmo que, nos últimos meses, lhe tirava o sono, tamanho o desejo que lhe causava; o mesmo, enfim, por quem ela continuava completamente apaixonada, conforme seu coração se certificou, sem a menor sombra de dúvida, ao se deparar com o risco de morrer e de nunca mais voltar a vê-lo.
           
            Enquanto a moça divagava a respeito do imenso amor que lhe apertava o coração de saudade, assomou à sua porta alguém a quem ela também aprendera a amar profundamente, embora que em outros termos.

            Por morar mais perto do hospital, Renato pôde chegar lá antes de quaisquer outros, tendo tido o privilégio de ser o primeiro a reencontrar a Marcela em pé e, à primeira vista, totalmente recuperada.

            A moça recebeu Renato com um largo sorriso e, emocionada, abriu-lhe os braços, convidando-o a um abraço. Sem hesitar o rapaz, correu-lhe ao encontro, apertando-a junto de si.

 - Eu estou viva, Renato. Deus me deu outra chance! - disse Marcela em lágrimas.

 - Sim, querida. Você está viva e mais linda do que nunca. Eu estou tão feliz por ter você assim, nos meus braços.... - falou o rapaz emocionado.

            Marcela, então, afastando-se carinhosamente de Renato, mirou-lhe os olhos e, com todo o jeito do mundo, começou a lhe falar calmamente:

 - Renato, nós precisamos conversar.

            O rapaz assentiu e sentou em uma cadeira ao lado da cama em que Marcela se recostou para lhe falar:

 - Eu sempre ouvi de pessoas que escaparam da morte o relato de que esta experiência extrema havia mudado a vida delas. Pois isso também aconteceu comigo. Aquela Marcela dúbia e cheia de hesitações de algumas semanas atrás morreu em algum trecho da avenida em que me acidentei.

            Enquanto Marcela falava, seus olhos começaram a ficar marejados, como sempre acontecia quando a emoção lhe tomava a alma. Com a voz começando a embargar, ela prosseguiu:

 - Nestes últimos dias, assim que saí do coma, tudo parecia embotado na minha cabeça: datas, nomes, sentimentos, memórias. Tudo se misturava sem que fizesse muito sentido, mas se havia uma coisa que, para mim, estava finalmente clara, sem nenhuma dúvida ou confusão, era o amor que eu tenho pelo meu filho e pelo único homem da minha vida...O medo de morrer e de não mais vê-los me fez perceber claramente com quem eu quero passar o resto dos meus dias...

            Enquanto Marcela falava, o coração do Renato começava a ficar apertado. Ele entendia, pelo discurso de sua amada, que aquela não era uma declaração de amor em seu favor e, sim, uma doce e gentil despedida e, enquanto ele finalmente se dava conta do que estava acontecendo ali, a moça prosseguiu:

 - Renato, se para alguma coisa serviu aquele tempo que passamos juntos, foi para eu perceber que você é uma pessoa especial que, embora tendo defeitos, merece ser muito feliz. E foi justamente por eu ter aprendido a respeitá-lo imensamente que eu preciso confessar-lhe que meu amor por você é intenso e forte, mas não é do tipo que você quer e precisa. Eu posso ser sua melhor amiga e me sinto feliz em ser mãe do seu filho, mas, definitivamente, não tenho como me dedicar a você como mulher, porque esse tipo de amor, de desejo, de paixão, meu coração só consegue dedicar a outro homem. Você me entende?

            Renato, então, a esta altura, em lágrimas, falou-lhe calmamente, tranquilizando-a:

- Eu entendo, querida. E já esperava por isso, na verdade, desde o dia em que dormimos juntos pela última vez. Não que tenha sido ruim. Não me entenda mal. Para mim, foi mágico e especial, mas senti que, para você, não fora a mesma coisa. Seu corpo estava lá comigo, mas não como da primeira vez em BH. Seus carinhos, embora maravilhosos, não pareciam espontâneos, naturais. Mais pareciam um esforço seu para convencer-me de um desejo que você já não sentia mais por mim. Na hora, eu não quis admitir, mas, no fundo, estava claro para mim que, mesmo que você decidisse ficar comigo, seu coração nunca mais seria meu.

            Ouvindo o Renato falar sem mágoas ou rancor, Marcela ficou aliviada por tudo ter ficado claro entre eles e, já não havendo mais o que ser dito entre eles, ela, mais uma vez, convidou-lhe para um novo abraço, agora como bons e velhos amigos.

 - Eu amo você, Renato! Eu e Paulinho sempre amaremos você! - cochichou Marcela no ouvido do rapaz para, em seguida, acariciar-lhe o rosto com vagar e dar-lhe um carinhoso beijo na lateral da face, quase no canto de seus lábios.

            Foi justamente nesta hora que Edgar chegou, a tempo de ver o abraço, a frase cochichada aos ouvidos e o beijo que, embora, em verdade, fosse totalmente destituído de qualquer intenção amorosa, do ângulo em que Edgar estava, parecia iniludivelmente, um beijo na boca de seu rival.

             O fato é que Marcela e Renato não se aperceberam do mal-entendido que aquele inocente carinho daria origem e, por conta disso, começaram a arrumar as coisas da moça para a sua saída hospital.

(continua)

Nota da Autora: A dubiedade sempre foi um traço extremamente desagradável da personalidade da Marcela. Aproveitei, então, a proximidade da morte como expediente para, enfim, fazê-la decidir-se por Edgar e, desta vez, de uma forma definitiva.

8 comentários:

  1. Smallzinha
    Achei linda a forma como ela se deu conta do seu amor pelo Edgar e a maneira carinhosa com que a conversa entre ela e Renato aconteceu. Eles sao os pais do Paulinho e mesmo separados precisam ter uma boa convivencia. Agora esta esclarecido o porque daquele beijo que tanto entristeceu o Edgar. Eh so mais um desencontro na vida do nosso casal de apaixonados. O melhor eh que o final ja esta perto. Ai que ansiedade pelos proximos capitulos.
    Mil bjs. Rita.

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  2. Faço meu o comentario da Rita, não mudararia sequer uma virgula... beijos e bye bye

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  3. Concordo com a Rita e Elo,
    bjks

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  4. Queridas, que bom que gostaram!
    A convivência tornou Marcela e Renato amigos muito próximos. Não havia, então, razão para que fosse de outra forma, senão carinhosa, a comunicação, pela mocinha, de sua escolha por Edgar.
    E, sim, os desencontros são necessários para que os dramas sejam dramáticos...rs
    E ainda outros desencontros virão, desta feita para fazer a D. Marcela sofrer um "cadim"...rs
    Só assim o reencontro final ganha emoção.
    Beijos!

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  5. Que bom que a Marcela vai sofrer...rsrsrs

    Eu nunca vi, nessa novela ninguém que aprontou sofreu as conseqüências...

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  6. kkkk Small isso mesmo faz ela penar um pouquinhuu
    afinal ele amargou capitulos a fio a saudade e indiferença dela... kkkk

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  7. Cadé Claudia Efestos?!?!?! Ela vai a ficar feliz demáis com isso todo! Marcela deve penar e sofrer um cadim, sim...A sonsela, safada d Claudia...KKKKKKKKKKKKK Finalmente a justiça será feita.
    Smallzinha, bênçãos para vc.

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  8. Ai, ai, ai, tá me dando uma crise de Marcela, estou em dúvida.......posto ou não os próximos capítulos? Sim.........Não..........., faço o pessoal sofrer.......não faço...............
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Estou com marcelite aguda........

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