sábado, 14 de maio de 2011

O maior amor de todos - Um final alternativo para a novela TiTiTi by Smallzinha Capítulo 5

Fim da 4ª parte

            No dia seguinte, no meio da manhã, Edgar já estava à porta do rival para matar a saudade do seu filho de coração.

5ª Parte

            Ao ser recebido pela babá do Paulinho, Edgar, sem conter a alegria de reencontrar o bebê, tomou-o nos braços e o apertou firmemente contra o peito, num longo abraço.

            O menino, demonstrando reconhecer o "pai", começou a brincar com a sua barba, como ele já fizera tantas outras vezes, deixando o rapaz emocionado.

- Ei, filho! - disse Edgar com a voz embargada - Você ainda lembra de mim? Como você tá lindo, meu amor! Lindo como sua mãe!

            Ao dizer isso, o rapaz o apertou novamente junto a si, como se não quisesse mais se separar dele.

            No fundo da sala, sem ser visto, Renato observava a cena calado, até resolver se manifestar:

- Você ama mesmo o meu filho, não?

            Edgar voltou-se, então, para ver quem falava, deparando-se com o Renato espreitando-o em um canto.

- Ah, é você.... Sim, amo o Paulinho com todas as minhas forças - respondeu Edgar emocionado, devolvendo o garoto à babá.

- Eu sei disso. Afinal, para Deus não se mente - disse Renato enigmático.

            Edgar respondeu à frase de Renato com um olhar inquiridor.  Ele não estava entendendo nada.

 - Eu estava lá, na capela do hospital, quando você foi rezar pela Marcela. Não era minha intenção, mas ouvi tudo o que você disse - explicou o filho de Giancarlo.


            Edgar, um tanto embaraçado, não sabia o que dizer. Renato, então, continuou:

 - Sabe, cara, eu sempre te julguei muito mal. Achava que você era só mais um Dom Juan que não amava ninguém, muito menos a Marcela. Mas hoje vejo que estava enganado. Ao que parece, você a ama de fato e eu fui o responsável por tirá-la dos seus braços de uma forma que, hoje, me envergonha. Eu poderia tê-la disputado com você dignamente, mas preferi me esconder atrás do dinheiro do meu pai e das suas chantagens para tentar reavê-la. Mas vamos ser sinceros? Como eu poderia ter alguma chance contra você em um jogo aberto, logo eu que sempre fui tão sem jeito com as mulheres? Eu vejo como todas elas se derretem do seu lado e com a Marcela, não é diferente.

 - Bom, cara, se isso te consola, eu poderia ter todas as mulheres do mundo, mas a única que realmente me interessa, essa você conseguiu tirar de mim - respondeu Edgar com o olhar cheio de tristeza.

- E o que te faz ter tanta certeza disso? perguntou Renato curioso.

- Ela me confessou que sente algo forte e intenso por você.

- Mas ela disse que me amava?

- Não. Mas isso ficou claro para mim. Ela só não falou com todas as letras para não me magoar...

- Talvez ela não tenha falado isso com todas as letras, Edgar, simplesmente porque, no fundo, ela não me ama, pelo menos, não como uma mulher deve amar o seu homem. Bom, seja como for, eu queria que você soubesse que hoje eu lamento muito como as coisas se desenrolaram entre nós e sei que lhe devo desculpas, especialmente por ter cuidado do meu filho como um verdadeiro pai.

- Tudo bem, cara. Eu também vejo que você, ao seu modo, ama a Marcela e fez o que fez por amor. Melhor deixar para lá.

- Sabe, eu adiei o ajuizamento da ação de reivindicação de paternidade do Paulinho até a minha situação com a Marcela ser resolvida. Pois bem. Eu quero que você saiba que se, no final, ela preferir ficar com você, o garoto vai continuar com o seu nome. Talvez ele até prefira assim, já que o sobrenome Villa, dados os últimos acontecimentos, só lhe trará vergonha...

 - Cara, eu não sei o que dizer...- falou Edgar emocionado - Embora eu não ache que as coisas vão se dar em meu favor, eu lhe agradeço pelo Paulinho e lhe garanto que eu jamais servirei de empecilho para que você exerça a sua paternidade plenamente.

            Não havendo o que mais precisasse ser dito, Edgar estendeu a mão ao Renato que a tomou num cumprimento firme e cheio de significado. Ali, todas as diferenças, antes irreconciliáveis, começavam a ser sanadas e, embora uma amizade entre os dois fosse improvável, abriu-se a porta para a cordialidade própria de homens adultos que, ainda como rivais, podem se respeitar.

            Edgar, então, retirou-se, não antes de uma última carícia nos cabelos do Paulinho, que, àquela altura, dormia nos braços da babá.

            Da casa do Renato, ele seguiu direto para o seu apartamento. No carro, algumas malas levavam as últimas coisas suas que ele precisava para concluir de vez a sua mudança para o seu novo lar.

            Entrando na sala do simpático apartamento, ele sentou-se no sofá, rememorando os últimos acontecimentos. Ao tirar a camisa, sentiu o cheiro do Paulinho. No mesmo instante, lembrou-se do tempo em que ele, a criança e Marcela formavam uma linda família feliz até serem separados por vilanias da pior espécie.

            A saudade, então, que o rapaz sentia constantemente da Marcela - anestesiada que fora, por alguns minutos, com a companhia do Paulinho - agora voltava de forma plena e com toda violência.

            Ele, então, em prantos, lançou-se de joelhos ao chão e, numa nova tentativa de orar, suplicou quase aos gritos:

 - Deus, eu não aguento mais!! Devolve a Marcela para mim ou tira-a logo da minha vida, mas resolve a nossa situação. Abrevia a minha dor, senão eu morro.

            Sem que ele tivesse terminado a frase, o som do seu celular ecoou. Era a D. Bruna avisando que a secretária do Dr. Carauta ligara para informar que ele tinha dado alta à Marcela.

            Tomado de uma alegria sem tamanho, o rapaz vestiu a camisa novamente e, em um segundo, já estava ao volante do seu carro, correndo feito um louco rumo ao hospital.

            No trajeto, em sua mente, ensaiava o que diria à sua amada. Pensava em como lhe declararia amor eterno; em como lhe abraçaria e lhe encheria de beijos. E enlevado por estes pensamentos apaixonados, ele entrou como um raio no hospital e, chegando ao quarto em que estava a moça, seu coração, antes jubiloso, quase se mortificou ao presenciar o que se passava através da porta entreaberta.

            Na sua frente, Marcela, com um sorriso no rosto, estava abraçada ao Renato. Ela falou algo como "eu te amo" nos ouvidos do rapaz e, em seguida, acariciou-lhe o rosto e, sem que Edgar pudesse ter evitado ver, a moça fez algo que, aos seus olhos, pareceu ser o início de um beijo na boca do seu rival.

            Incapaz de continuar vendo aquela cena, Edgar baixou os olhos e, quase desfalecendo de tristeza, retirou-se sem ser notado. Na mente, uma certa promessa que fizera a Deus na capela; no coração, o desespero ao constatar que, afinal, acabara de perder de vez o único amor de sua vida.

(continua)

Nota da Autora: Nunca tolerei o fato do Renato falar com o Edgar como se tivesse em relação a ele qualquer autoridade moral. Afinal, fora ele quem se comportara de uma forma vil, escudando-se no pai para ter a mulher de volta. A minha intenção, então, foi fazer o Renato reconhecer seu erro justamente para quem fora sua maior vítima,  permitindo com isso uma relação de respeito entre os dois rapazes, já que terão de lidar um com o outro eternamente por conta do Paulinho. Aproveitei também o ensejo para resolver a pendência referente ao sobrenome do bebê.

8 comentários:

  1. Amei, adorei, chorei. Lindo Small! LINDO!

    BEIJOS!

    ResponderExcluir
  2. Muito lindo e triste ao mesmo tempo... e dificil imaginar a cena, em que ele ve a sua amada nos braços do outro. Isso na novela não aconteceu efetivamente, quem viu a manifestação de amor entre Marcela e Edgar foi o Renato. Mas entendo que deva ter um sentido para o desfecho final desse novo enredo de Ti Ti Ti!!! Vc escreve muito bem mesmo Smallzinha! beijos

    ResponderExcluir
  3. Muito bom, muito bom! Parabéns!

    ResponderExcluir
  4. Você tem um dom maravilhoso pra escrever,Smallzinha.Sua fic tá linda,e esse finla foi muito instigante.
    Bjkas,parabéns!

    ResponderExcluir
  5. Smallzinha
    Amei o texto. Me envolvi tanto que acabei chorando ao imaginar a cena do Edgar vendo a Marcela e o Renato juntos. Quase morri de do dele. Me deu uma peninha!
    A conversa entre os dois foi realmente emocionante. Eles precisavam zerar tudo pra terem uma convivencia pelo menos pacifica e respeitosa pelo bem e pelo amor da Marcela e do Paulinho.
    Esse finalzinho me deixou apreensiva mas tenho certeza que a compensacao vai vir nos proximos capitulos e que a reconciliacao do nosso casal vai acontecer em grande estilo com muitos beijos, abracos, amassos, pegacao... enfim tudo com oque a MAA fez o favor de nao nos presentear na novela. Mas gracas ao teu talento agora as lacunas que ficaram na novela estao sendo preenchidas.
    Mil bjs. Rita.

    ResponderExcluir
  6. Queridas, obrigada pelo carinho!

    De fato, a cena descrita na fanfic não aconteceu na novela, como praticamente toda a narrativa que eu escrevi distancia-se totalmente do final arquitetado pela MAA, tendo se limitado a partir da cena do penúltipo capítulo.

    O distanciamento foi proposital, visto que não gostei de como as coisas foram encerradas, fosse pela falta de emoção, fosse pelas inúmeras pendências.

    É evidente que eu não conseguiria desatar todos os nós deixados, sob pena de ter de escrever 30 partes, mas tentei fazer o que pude para chegar a um final mais parecido com o dos meus sonhos.

    Espero que, ao fim das 11 partes, vcs tenham gostado.

    Beijo!

    ResponderExcluir
  7. Rita, querida!
    Não fique apreensiva.
    Eu não acrescentaria um milímetro de dor à já imensamente dolorida trajetória do Edgar se isso não fosse relevante para, mais à frente, um final emocionante da estória.
    Tenha paciência que a "pegação" terá o seu lugar. Na verdade, para ela, eu reservei a parte final quase toda...rs
    Beijo!

    ResponderExcluir
  8. Smallzinha, belíssima obra, vc devia enviar para o e-mail do Caio para ele se deliciar tbm com a leitura, ele e a Isis kkkk vai que inspira né??? vamos aguardar as proximas cenas ansiosas... bjs

    ResponderExcluir