terça-feira, 31 de maio de 2011

Presente para o Dia dos Namorados - Parte 1

      Pedro Calderón de La Barca escreveu este lindo poema:

    ¿Qué es la vida? Un frenesí.                                         
    O que é a vida? Um arrebatamento.
    ¿Qué es la vida? Una ilusión,                                        
    O que é a vida? Uma ilusão,
    una sombra, una ficción,                                              

    Uma sombra, uma ficção,  
    y el mayor bien es pequeño:                                         

    E o maior bem é pequeno: 
    que toda la vida es sueño,                                            
    que toda a vida é sonho
    y los sueños, sueños son.                                             
    e os sonhos, sonhos são.


    Portanto meninas, sonhem mas sonhem muito, pois é bom, é de graça e nos permite voar com a mente!!

    Aproveitem!!!!!



E assim caminha o Olimpo - versão da Margarida

     Na sala do trono, conversam as deusas Elófone, Margadon, a Afrodite Luna e a ninfa Margot. Elas comentam sobre o marasmo que reina no Olimpo.

LUNA
- Nooooooooossa, como tá tudo tão quietinho.........

MARGOT
- E aí, deusas, nenhuma notícia do deus grego Edgapolo?

MARGADON
- Pelo que pudemos apurar do final de semana, Mártemis saiu do Rio de Janeiro, para onde havia se dirigido na quarta-feira e foi para Porto Alegre, fazer um desfile.....

ELÓFONE
- Eu vi uma foto dela no hotel, estava tão linda.......

LUNA
- Mas, e o deus grego enquanto isso, estava em........

MARGOT
- São Paulo, ele postou no Twittolimpo que chegava em São Paulo e depois ia para o Sul, mas em que estado do sul, ninguém sabe.......

ELÓFONE
- Ai, esses meninos estão precisando de uma forcinha para se entender...... Quem sabe Santo Antônio, que é casamenteiro não dá uma ajudinha, afinal este é o mês de comemorações dele, do Dia dos Namorados.....

MARGADON
- Elófone!!!!!! Nós somos deuses pagãos, como é que podemos invocar um santo católico?????? Eles estão é precisando de uma ajudinha de nosso deus Eros......

ELÓFONE
- Eros Ramazzotti? Adoro todas as músicas dele.......

MARGADON
-  Elófone, eu não me refiro ao cantor italiano mas sim ao deus do amor, Eros ou como os romanos o chamam, Cupido.

LUNA
- É, tem deus grego que tá mesmo merecendo umas flechadas, até foi visto comendo um hamburguer com uma medusa, lá em São Paulo.......

MARGOT
- Ih.....mas isso está uma ânfora de Pandora.......

ELÓFONE
- Margadon, você não tem um espião infiltrado no CSI Olimpo? Por que não pergunta a ele?

MARGADON
- Elófone, quisera eu poder fazer isso, mas se o fizer, estarei expondo a condição de espião e não poderei mais utilizá-lo.....É, cara Elófone, acho que iremos precisar de um estoque bem grande de seus sais..... E talvez uma ajudinha extra do Oráculo de Projac, que é onde está nosso deus grego agora.......

     Conseguirá o grande Oráculo de Projac revelar os segredos que cercam nosso casal? Não sabemos, e a única coisa que temos certeza é de que o tempo é senhor da razão.........



       

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Luti e Valquíria, um amor que tudo vence by Margot - Capítulo 2

Capítulo 2 - A bronca da mamãe

-Eu ainda não posso acreditar no que você fez! Suzana entrou na casa de Ari, já dando uns tapas em Luti.

- O que você está fazendo Suzana? - perguntou Ari bravo. Não fale assim com o meu filho!
-Você estragou o nosso filho! Você transformou-o num mentiroso, num covarde, como você! Eu devia ter brigado pela guarda dele, mas cedi aos seus pedidos! A culpa é minha!  - dizia Suzana para Ari, com ódio e lágrimas nos olhos.

- Ah não! Vocês não vão brigar por minha causa! Eu não agüento mais brigas, eu quero paz!

- Paz?! Você quer paz!? Depois de tudo que você fez?! Você vai é para o inferno, meu filho! Já está na hora de você crescer e virar homem e deixar de ser um moleque que reclama que os pais brigam!  Mas a culpa é nossa, nós sempre mimamos muito você, você sempre fez e teve tudo que quis. E deu no que deu!

- Nossa mãe! Eu nunca vi você falar assim comigo! - respondeu Luti completamente desnorteado, ele já tinha visto Suzana estourando milhares de vezes com seu pai, mas nunca com ele. Com ele, ela sempre dava o colo e o apoiava.

- Eu nunca me decepcionei com você assim! Nunca achei que o meu próprio filho fosse capaz de um ato tão covarde e tão cruel!

- Cruel e covarde?! Ele foi é sensato, agiu com maturidade e com a razão, se livrou daquela desclassificada.  Já era hora do feitiço daquela Vampira teen terminar! E agora o meu Lutinho recobrou o juízo e vai viver feliz ao lado da Camilinha, que é uma princesa de verdade.  Ela sim, merece um príncipe como o meu Luti!

- Para Ari! CHEGA! Que você vive no mundo da lua, eu sempre soube, mas esta história já passou de todos os limites! A Val não é nenhuma Vampira, nem enfeitiçou ninguém. E muito menos a Camila é uma princesa. Isso não é um conto de fadas! E na vida real um homem que faz o que o seu filho fez é um canalha e não um príncipe!

- Ela também te enfeitiçou! Você não devia tê-la contratado para trabalhar com você!  - respondeu Ari já furioso.

- Sabe, Luti, aquele dia que a Val flagrou você com a Camila e você foi atrás dela e deixou a Camila comigo. Eu achei que você estava mesmo confuso, cansado e passei a mão na sua cabeça, te apoiei. Você estava tão desnorteado que eu acabei apenas te consolando, deveria ter te dado uma bronca, ter falado algumas verdades! Mas eu fiquei com pena. Você e a Valquíria sempre tendo que se equilibrar no meio de todas as intrigas e picaretagens desses dois loucos. Mas eu sempre te disse para ser sincero com a sua namorada e você não me ouviu, preferiu seguir o exemplo do seu pai. Ah! Se você tivesse sido honesto com ela desde o início, vocês não teriam tido nem metade das brigas que tiveram. E se você não tivesse deixado a Camila ficar entre vocês, a Valquíria não teria sofrido tanto e nem você.

- Mas, mãe, eu não podia trair o papai! E a Camila não tem culpa de gostar de mim!

-Trair o seu pai? Não fale bobagem! Desde quando amar e ser sincero, falar a verdade é trair alguém!? É claro que a Camila não tem culpa, o culpado é você, você que foi o galinha. Onde está o meu filho maduro, honesto, talentoso, estudioso que eu tenho tanto orgulho? Luti, o que aconteceu com você? Desde que o seu pai inventou essa história do Valentim, você vem se transformando num fraco, você faz tudo que o seu pai quer! Você trabalhava, estudava... Era responsável...

- Mas eu ainda sou, mãe! Eu pedi a Camila em casamento, nós vamos nos casar.

- O quê?! Você enlouqueceu? Que palhaçada é essa? Você nem se formou ainda! Até ontem você tinha reatado o namoro com a Val e ia morar com ela em Londres! Você nunca nem namorou a Camila! Como já a pediu em casamento!?

- Mãe, a Camila é a mulher certa para mim. Agora eu sei disso. Eu estava cego, mas o papai me mostrou a besteira que eu estava fazendo.

- E a bolsa de estudos que você perdeu? E o curso em Londres? Como você pode desperdiçar uma oportunidade dessas!?

- O meu lance não é moda, mãe. Eu faço artes plásticas. E não é você mesma que sempre diz que não se deve vencer na vida com os méritos dos outros? Os desenhos que a Val usou para me inscrever eram criações da titia Cecília, não minhas, só a arte final era minha. Eu nunca criei nenhum vestido. Eu sei que tenho talento suficiente para conseguir as coisas com os meus próprios méritos.

- Então porque você trabalha com seu pai? Não vai procurar alguma coisa na sua área? E todas as vezes que você me disse que amava a Val como nunca amou ninguém? Que incoerência é essa? Você não acha que está sendo um pouco contraditório?

- Eu amei a Val sim e muito, mas paixão um dia acaba. E a nossa relação era muito complicada, era tudo muito difícil, eu quero uma vida mais tranqüila, eu cansei.

- Você desistiu, não é? E se você pensa que eu vou sustentar mais um marmanjo, você está muito enganado. Para se casar vai ter que ganhar o próprio dinheiro, vai ter que se virar.

- Suzana, você está com ciúmes! Deixa o menino seguir a vida dele! E depois a Camilinha é muito rica, o Lutinho não tem que se preocupar com nada. Nem com o dinheiro, nem com estudo, até porque estudo nunca deixou ninguém rico. Para quê estudar em Londres!?

- Ah! Agora entendi. Você quer que o seu filho dê o golpe do baú! Sempre querendo se dar bem às custas dos outros, não é, Ariclenes Martins?! Eu ganhei todo o meu dinheiro com o meu estudo e com muito trabalho, dinheiro este que te sustentou quase a vida toda. E você, meu filho, nem tem vinte anos, tem muito tempo ainda para pensar em se casar e ter filhos.

- Mãe, quem você pensa que eu sou? Eu adoro a Camila. Eu não quero o dinheiro dela, ela vai viver com o que eu posso dar a ela. E é claro que eu não vou deixar a faculdade. E também já estou vendo um estágio na minha área. Nós só vamos nos casar quando eu puder sustentá-la, ainda eu vou me formar e construir uma carreira.

- Espero que você saiba o que está fazendo. Mas eu vou te dizer uma coisa. Se você acha que a Camila vai agüentar viver sem todos os luxos que ela está acostumada. Então tudo bem. Mas eu acho que não, a Camila vai ao cabeleireiro todo dia, meu filho, faz compras três vezes por semana, freqüenta festas, sai na coluna social. Essa é a vida dela. E ela não pensa em outra coisa a não ser em se casar, não sei se ela vai querer esperar tantos anos assim. As pessoas podem amadurecer e aprender com os erros, mas não mudam a sua essência.

- Do jeito que você descreveu até parece que a Camila é uma patricinha! Uma garota mimada e fútil!

- Até parece, não, é isso que ela é. Mas se vocês se gostam, vão ter que aprender a lidar com as diferenças. E você precisa saber disso, precisa conhecê-la de verdade. - disse Suzana, já bastante preocupada: seu filho não tinha noção de quem era a Camila. E o seu coração de mãe tinha certeza que ele ainda gostava da Valquíria, ele tinha é desistido de lutar.

- E qual é o problema de ser uma patricinha? Ela é uma princesa, Suzana! É claro que ela não vai mudar, quem vai se adaptar é o Luti, que agora, finalmente, vai ter uma a vida de príncipe que eu sempre sonhei para ele. - disse Ari com um olhar sonhador e satisfeito.

- Você enlouqueceu pai? Imagina se eu iria me apaixonar por uma patricinha. Vocês não conhecem a Camila, ela não é nada disso, ela é doce e meiga, ela não liga para luxo e frivolidades. E eu não vou viver à custa dela nunca!

- Quem não conhece a Camila é você, meu filho. Espero que você não quebre a cara. Eu adoro a Camila, acho que ela é uma menina ótima. Mas uma coisa é ser sua amiga, outra bem diferente, é ser sua namorada. Pense nisso.  -disse Suzana sem olhar para Ari já na porta para ir embora. Tchau!

- Mãe, volta aqui! Me deixa explicar... Eu não podia ir ao aeroporto, falar com a Va...

- A sua mãe está com ciúmes, não ligue. Você vai ser muito feliz com a Camila. Vocês já são maduros, podem sim, casar e me dar muitos netos.

- Eu não vou casar agora, pai!  - disse Luti, um pouco desanimado como se ele tivesse tomado um banho de água fria, parecia que aquela euforia de ter se acertado com a Camila e de estar finalmente namorando ela tinha ido embora. Será que sua mãe tinha razão, será que ele tinha deixado se levar pelos delírios do seu pai? Será que ele não conhecia mesmo a Camila? Não, ele gostava sim da Camila, era um sentimento calmo de admiração e ternura, ele se sentia feliz ao lado dela. É verdade que ele não sentia aquele fogo e aquela paixão arrebatadora e incontrolável que ele tinha pela Val, mas paixão é uma coisa passageira. E quem precisa de emoção na vida, não é? Ele queria uma vida simples. Sim, ele tinha feito a escolha certa. A Camila era a mulher perfeita para ele.

Ari já estava pensando num plano para casar seu filho com a Camilinha em no máximo seis meses, ele não podia correr o risco de esperar aquela vampirinha voltar de Londres. Ele tinha medo que seu filho voltasse atrás e deixasse a Camila por causa da Valquíria, assim que a visse de novo. Ela mexia com ele como ninguém e isso Ari era obrigado a admitir. E ele não podia perder a oportunidade de fazer negócios com a família Bianchi e de quebra estaria garantindo um futuro de rei para seu Lutinho...

Não adianta, quando uma pessoa não quer enxergar a realidade, você pode mostrar o óbvio, que ela não vê um palmo na frente do nariz.

sábado, 28 de maio de 2011

Luti e Valquíria, um amor que tudo vence by Margot - Capítulo 1

Capítulo 1 - A partida, rumo à Londres

O que será que eu fiz de tão grave para o destino ser tão cruel comigo? Encontrar este cretino aqui no avião, depois de toda a humilhação que eu passei hoje! É muito azar para uma pessoa só!

Será que o papai tinha mesmo razão, o Luti se aproximou de mim só por causa da briga dele com o seu Ari, para me usar? E todas as vezes que ele me jurou amor eterno, ele mentiu? Não, ele não teria mentido tanto assim, eu teria percebido. E porque eu não consigo deixar de amá-lo?

Envolta em seus pensamentos, Val estava se segurando para não chorar. Ela precisava ser forte, nenhum homem faria isso com ela! Ela era uma mulher moderna e auto-suficiente. Mas o fato é que seu coração estava em frangalhos e ela estava prestes a explodir! Levantou-se lentamente a fim de pedir um copo d’água para a aeromoça.

- Moça, está tudo bem? Você está pálida, está passando mal? Val simplesmente desabou, caiu aos prantos.

A aeromoça passava a mão nos seus ombros tentando confortá-la; depois de um tempo e um copo de água com açúcar ela conseguiu parar de chorar.

- Calma, querida. O que aconteceu? Você quer me contar, talvez ajude botar para fora, sempre ajuda. - disse-lhe a aeromoça, com um semblante bondoso.

- Eu fui abandonada pelo homem que eu mais amei, ele me deixou sem dar nenhuma explicação, ele vinha comigo, devia estar aqui, mas nem me ligou para dizer que não vinha. Eu fiz tudo por ele, eu me entreguei de corpo e alma e ele me desprezou, me enganou, mentiu e me traiu com a melhor amiga dele... Na medida em que Valquíria ia falando, ela se dava conta de como ela tinha sido idiota. Todo esse tempo, ela sempre quis justificá-lo, como se ela fosse a errada e ele sempre o certo.

- Querida, você não é a primeira nem será a última mulher a sofrer nas mãos de um cafajeste. Mas você é jovem, ainda vai conhecer um homem bom que te valorize e que saiba como se trata uma mulher, não perca as esperanças. Quando a aeromoça acabou de falar, Val viu Érico boquiaberto olhando para ela.

- O que você está fazendo aqui? É feio escutar a conversa dos outros! - Val falou para ele.

- Eu não tive a intenção de ouvir, fiquei preocupado com você, achei que você estava pálida e como você estava demorando, resolvi vir até aqui ver se estava tudo bem. Desculpa.

- Eu cuido dela, a senhora pode ir. - disse Érico para a aeromoça.

- Eu não preciso que ninguém cuide de mim, muito menos você. E Valquíria levantou para ir se sentar.

Érico segurou seu braço e disse-lhe:

- Eu sei que às vezes eu consigo ser um completo babaca. Normalmente eu faço isso com as mulheres que me desafiam ou me intimidam. Eu também sei o quanto os homens podem ser canalhas, principalmente com garotas assim, lindas e decididas. Os homens têm medo de mulheres como você, Valquíria.

Valquíria olhou para ele e ele parecia sincero, ela não conseguiu se controlar e voltou a chorar.  Ele a abraçou e a levou para a poltrona.
- Obrigada, obrigada mesmo, você não tinha obrigação de nada.

- Não precisa me agradecer, eu não tenho nada para fazer mesmo!  - disse Érico com um sorriso maroto.

- O que fez você mudar de idéia assim sobre mim?

- A história que a Camila me contou não foi a história que eu ouvi você contar para a aeromoça.

- E porque você acreditaria em mim? Todos sempre ficam do lado dela!

- Na verdade, eu não fui muito com a cara da Camila de primeira, mas aí, aquele jeito frágil foi me amolecendo, ela parecia uma princesinha, toda delicada e doce... Com você foi exatamente o contrário, eu gostei de você assim que te vi, mas nós dois estávamos bravos demais para termos uma boa conversa, não é? Tínhamos levado um belo de um cano. E você me desafiou. E como eu te disse, eu não lido bem com mulheres que mexem comigo. E Érico piscou para Valquíria.

- Ei! Por acaso isso é uma cantada? Val deu uma risadinha.

- Você é sempre assim?!  - perguntou Érico dando outra risada

- Assim como?

- Sempre fala tudo o que pensa e mostra tudo o que sente?

- Como você descobriu os meus dois maiores defeitos de uma vez só!?

- Defeitos?! E desde quando sinceridade virou defeito, menina?! Quem te disse isso?

- Todo mundo me diz isso, o tempo todo, que eu tenho que aprender a me controlar e blábláblá... Que eu não sei guardar segredo... Que eu sou estourada, estressada, temperamental, intempestiva...

-Oooohhh! Nossa! Quem fez isso com você? Foi aquele babaca? Quem te diz isso ou é invejoso, ou é mau caráter, ou os dois. Nunca deixe que te digam essas coisas!

- É. Talvez você tenha razão. O que você está indo fazer em Londres?

- Eu aceitei um convite para trabalhar numa agência de publicidade inglesa, e vou aproveitar e fazer uma pós. Eu sou publicitário. E você?

- Eu ganhei uma bolsa de estudos para fazer um curso de extensão numa das mais importantes escolas superiores de moda do mundo.  - Val disse orgulhosa de si, se arrumando na cadeira e empinando o nariz.

- Rá! Eu sabia que você não era pouca porcaria, você deve ter talento, além de ser especialmente bonita. E... Respondendo a sua pergunta: sim.

- Sim, o que? Que pergunta?

- Era uma cantada. E os dois riram.

- Desculpa, mas acho que eu não estou pronta para outro relacionamento. Não que eu não te ache uma gracinha. Mas tem uns pedaços de mim que eu tenho que juntar, e eu nem sei muito bem onde eles estão... - disse Val revirando os olhos para cima e fazendo careta.

- Eu posso te ajudar a achar esses seus pedaços...  - Érico falou sedutoramente.

- Ih! Para de dar em cima de mim! Não vai funcionar! Qual foi a versão da Camila? Eu quero saber o que ela pensa. Se é que dá para saber o que ela pensa. Porque a sensação que eu tenho, é que ela sempre está fingindo. Preciso saber onde eu errei.

- Ah, de novo, não! E quem disse que foi você que errou? Eu também tenho essa sensação que ela está sempre um pouco fingindo. Acho que ela mesma não sabe o que ela pensa. Ela sempre está no mundo da lua, vivendo numa espécie de conto de fadas, sonhando acordada.

- Pode falar tudo! Já vi que você é um dos meus!

- Ela me disse que sempre foi apaixonada por um amigo, o Luís. Eles se conheceram quando ele a ajudou a fugir do seu quase casamento com o Edgar. Foi tudo super romântico e naquele momento ela soube que ela tinha encontrado o seu príncipe encantado. Ele era o homem dos seus sonhos: fiel, carinhoso, maravilhoso, perfeito... Mas era comprometido.

- Ah, eu sabia! Ela sempre quis roubar ele de mim! Eu sempre soube que ela era apaixonada por ele! E ela negava! Cínica!

- Ei! Ninguém rouba ninguém de ninguém, isso não existe! As coisas são bem mais complexas, acho que você sabe disso. Vai dar uma de ingênua para cima de mim? Não faz seu gênero. Se ela gostava dele ela tinha todo direito de dar em cima dele.

- Concordo! Ela tinha o direito de dizer que gostava dele sim! Quando eu o conheci ele tinha uma namorada, a Gabi. A gente se provocava, eu e ele aprontamos muito um com o outro, até que eu me dei conta que estava apaixonada e disse isso a ele, nós nos beijamos mais de uma vez. Alguns dias depois, ele terminou com a Gabi e nós começamos a namorar. Mas não foi isso que ela fez! Ela se fez de vítima, de carente! Toda vez que a gente brigava ela ia consolá-lo como quem não quer nada. E eu passei por ciumenta e possessiva!

- Ah! Qual é! Ele que devia tê-la dispensado. Não seja boba. Você realmente acha que um homem não percebe quando uma mulher está apaixonada por ele? Ele tem que ser muito mané!

- Érico, eu não me apaixonei por um completo idiota! E a Camila não é tão bobinha assim!

- Valquíria, ela é ingênua mesmo! E ele foi um safado sim. Escuta só: Ela disse que durante quase um ano ela o amou e sofreu calada, assistindo vocês dois namorarem escondida. Todas as vezes que vocês brigavam, ela ficava torcendo para que fosse o fim, e então vocês voltavam. Um dia, ela não agüentou mais e se declarou, mas fugiu de vergonha. Só que ele não fez nada, não terminou com você.  Meses depois, ele a pediu em namoro. Mas no dia seguinte você flagrou os dois e ele foi atrás de você e terminou com ela, disse a ela que não podia te magoar. Pediu para ela esperar, que ele voltaria. Só que ele voltou a namorar você e o mundo dela desmoronou.

- Essa Luluzinha mal amada e invejosa!

- Ela disse, também, que salvou a vida dele de um psicopata que tentou matá-lo. E o Luís a pediu em casamento ainda no hospital, mas ela achava que era só por gratidão, porque ele é um cavalheiro, um príncipe e que assim ela não queria. Foi quando eu a conheci, ela estava fugindo dele.

- Ele a pediu em casamento no hospital ?!?! Sabe quem é o psicopata? Meu irmão, o Pedro. Eles brigaram por causa da Gabi, a ex-namorada do Luti que o meu irmão engravidou. Depois o meu irmão tentou sair com a Camila e o Luti impediu. O Luti bateu no Pedro várias vezes e o humilhou, até que o Pedro resolveu se vingar. É claro que o que o Pedro fez não tem justificativa, claro que o meu irmão foi um cafajeste com a Gabi, e ficou amolando a Camila, mas o Luti não deixou barato!

- Pera aí! Pera aí! Isso ela não me contou! Que dança da cadeira! Isso aqui está mais parecendo “Um sonho de uma noite de verão”!

- Rá! Só que você errou a peça de Shakespeare! Essa história não é uma comédia, é uma tragédia mesmo: “Romeu e Julieta”.

- Como é que é? Que história é essa de “Romeu e Julieta”?

- Nossos pais são inimigos de infância, sempre se odiaram. Nós namoramos escondidos durante muitos meses em pleno fogo cruzado, era uma verdadeira guerra. Acabamos brigando muitas vezes por causa das intrigas deles, vivíamos entre tapas e beijos, sempre foi muito difícil separar as coisas. Meu pai é o Jacques Leclair e o pai do Luti é o Victor Valentim. Já ouviu falar?

- Claro! Quem não ouviu falar das armações e escândalos desses dois! Não sei não, isso está mais para uma comédia que para uma tragédia... Mas que é digna de Shakespeare é. Sem dúvida!

- Até que a Thaisa, a melhor amiga da Camila resolveu contar sobre o nosso namoro secreto para os nossos pais. Porque será que ela fez isso, não é? Aí a nossa vida virou um inferno! Eles proibiram nosso namoro. Até segurança atrás de mim meu pai colocou para o Luti não chegar perto. E sabe o que ele fez? Acabou desculpando-a, coitada, ela não sabia o que estava fazendo! Pode?!

- E como vocês fizeram?!

- Não fizemos, o nosso namoro acabou terminando, ficou tudo muito difícil, a gente resistiu um tempo, terminou, voltou um mês depois, aí vieram mais intrigas... Por causa dela a minha vida virou de cabeça para baixo! Eu ainda mato essa Barbie tupiniquim! Arranco todos os fios de cabelo dela!

- Calma! Matá-la não vai te fazer se sentir melhor. E depois, você mesma disse que foi ele que a perdoou. E porque ele não se afastou dela? É o que qualquer homem maduro e decente faria, mesmo que ela não desse em cima dele, se você tinha ciúmes, ele deveria ter te respeitado! Como um moleque, que parece que é o que ele é, ele devia gostar de ter vocês duas babando por ele...

-Não sei, não sei...

Valquíria estava começando a achar que esta viagem ia lhe fazer bem e que estar sem o Luti não era o fim do mundo. Mas não tinha ilusões que esqueceria o seu grande amor de um dia para outro, se é que um dia ela conseguiria esquecê-lo. Será que o tempo e a distância seriam o suficiente para apagar toda aquela paixão que ela viveu com o seu Romeu?

Algumas horas com Valquíria tinham sido o suficiente para Érico perceber como o tal do Luís ou Luti era um perfeito idiota! Como? Ele tinha trocado aquela mulher linda, moderna, descolada, sincera, e completamente apaixonada por ele, pela patricinha bobinha da Camila? Porque a Camila podia até ser bonitinha e agradável, mas ela não tinha quase nada na cabeça, ele tinha passado alguns dias com ela, sabia disso. As conversas com ela eram leves, descontraídas, mas sem conteúdo e fúteis. A vida dela se resumia em sonhar com um grande amor e em se casar.

Como o Érico e a Valquíria se encontraram por acaso tantas vezes?  Boa pergunta.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Do Olimpo nada se esconde - versão da Margarida



     E as deusas continuam inconsoláveis com o novo visual de Edgapolo. Algumas até tentaram o suicídio, pulando do Olimpo para os céus, mas como são deusas, são imortais e seu gesto não surtiu qualquer efeito. 
    Enquanto isso, novas e surpreendentes notícias chegam aos seus ouvidos. E, lógico que são fatos e boatos sobre o casal favorito de todas.

MARGADON
- Vixi, perdi todo o tesão de escrever sobre o Edgapolo.........Alguma notícia auspiciosa?????

ROPOSEIDON
- Ausp....o quê? Eta palavrinha mais esquisita.....Bom, acho melhor eu ficar quieto, porque já andei pisando na bola por esses dias........

ROSANAHÉSTIA
- Saiu alguma coisa no Egolimpo?

SMALLZARES
- Não que eu saiba........Krishermes, e o CSI OLIMPO, tá quietinho?

KRISHERMES
- Bom....assim.....vocês sabem que o Olimpo não descansa e nem o CSI, então......

MARGADON
- Tá bom, eu vou pesquisar no Twittolimpo......acessando......NOSSAAAAAAAAAAA!!!!!!
Não acredito.........

SILVIATHENA
- Margadon, aconteceu alguma coisa com meu filho.......???????

MARGADON
- Um dia depois do prêmio Contigo, ele foi visto com a Mártemis comendo........

ROPOSEIDON
- Comida mineira? rsrsrsrs

MARGADON
- Não, Roposeidon, comida japonesa. Mas se depois ele partiu pra comida mineira, ninguém sabe, né?

SILVANAHERA
- E tem fotos?

MARGADON
- Lógico que não, tem só gente falando que viu os dois.....como sempre. Será que dá pra confiar nesse povo?

SMALLZARES
- Se as evidências não ficarem comprovadas, não se pode dizer que este é um fato consumado.......

MARGADON
- Meu Zeus e meus sais, por favor!!!!! Ou melhor, os sais da Elófone, por favor!!!!!

SILVIATHENA
- O que foi agora, Margadon?   

MARGADON
- Silviathena, esse seu filho não tem mais jeito!!!! Ele não pode colocar os hormônios de molho, pelo menos um cadim??????

ROSANAHÉSTIA
- Conta logo, Margadon!!! O que houve?

MARGADON
- Depois da comidinha com a Mártemis, no final de semana, ele se mandou pra São Paulo, e foi visto com uma loira em uma concessionária de carros, em um supermercado comprando vinho........

KRISHERMES
- Ah! Mas podia ser uma prima......

MARGADON
- PRIMA???? PRIMA????? Quem ainda acredita nesse negócio de prima? 

SILVANAHERA
- Calma, Margadon, parece que coincidentemente os dois foram na mesma direção, hoje, para o Sul do Brasil......Que coisa, né!!!

MARGADON
- É, mais ele como dirige feito um deus grego doidinho, perdeu a licença de motorista e teve que parar em São Paulo pra renovar.........E antes que alguém pergunte, não tem fotos de nada disso, só blábláblá......

ELÓFONE (entrando esbaforida na sala do trono)
- QUEM ROUBOU OS MEUS SAIS???????

MARGADON
- Xiiiiiiiiiiiii....danou-se.......

     Será que outros capítulos do Olimpo vão rolar? Será tudo realidade ou não passa de pura ficção? Edgapolo colocará os hormônios de molho, ou foi só a barba que foi posta de molho? Quem viver, verá.........

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O maior amor de todos - Um final alternativo para a novela TiTiTi by Smallzinha Capítulo 11

Final da 10ª Parte:



            Desta vez, foi a moça quem emudeceu, não por porque lhe faltassem palavras, senão porque seus lábios, naquele instante, foram tomados vorazmente pela boca do seu amado, num beijo desesperado, faminto e lascivo.



Obs.: O texto a seguir é para adultos. Menores, então, caiam fora !!!



11ª e Última Parte





            Depois de tantos desencontros, sofrimentos e frustrações, enfim, Edgar e Marcela estavam tendo a oportunidade de reencontrar a felicidade, desta vez, nos braços um do outro.
 

            Edgar, pressionando o seu corpo contra o de Marcela que estava apoiada na porta do apartamento, segurava as laterais do rosto de sua amada como quem segura um cristal delicado, mas a beijava com extrema volúpia, sendo correspondido em igual medida pela moça que, rendida, deixava a língua nervosa do rapaz explorar-lhe toda a boca, lábios e dentes.


            Já quase sem fôlego, Edgar interrompeu o beijo na boca de sua amada e passou, então, a beijar-lhe todo o rosto, como um cego que precisasse dos lábios para entender os contornos de uma face. Entre um beijo e outro, balbuciou:
 

- Marcela.. Meu amor... Minha vida... Eu te amo tanto...
 

            E enquanto dizia isso, ainda beijando-a, sua mão desceu do rosto de marcela para o pescoço da jovem e, em seguida, começou a deslizar por seus braços, sua cintura, seus quadris. Depois, o rapaz desceu os lábios pelo pescoço de sua amada que não resistiu a um vigoroso arrepio ao sentir a barba do seu amor percorrendo a sua pele.


            A esta altura, as mãos do rapaz já lhe percorriam todo corpo que, com agonia, ele pressionava contra o seu.
 

            Foi quando, então, do nada, Edgar interrompeu as carícias, afastando-se um pouco e, lançando um olhar preocupado para a sua amada, falou:


 - Ah, meu Deus! O que eu estou fazendo? Eu machuquei você? Eu não devia estar fazendo isso. Você acabou de sair do hospital...
 

            Ao sentir a preocupação tão genuína de Edgar por ela, Marcela se comoveu e, naquele instante, conseguiu amá-lo ainda mais, como se isto fosse possível. Então, ela segurou as mãos do rapaz e lhe disse carinhosamente:
 

- Eu estou bem, meu amor! Estou bem. Olhe você mesmo! O Dr. Carauta me garantiu que eu estou recuperada. Agora, por favor, não faça de sua preocupação motivo para me privar de um milímetro sequer do seu desejo. Hoje, eu quero sentir o seu amor de forma plena, de todas as maneiras. Você não percebe? Eu estou morrendo de fome e sede de você...


            Ao ouvir esta declaração tão cheia de desejo e paixão, Edgar entendeu que ela era a senha que precisava para amar Marcela naquela hora sem nenhum limite ou melindre. Então, reaproximou-se dela e, tomando-a para junto de si pela cintura, a suspendeu suavemente do chão, aproximando os seus rostos, ao que a jovem correspondeu, enlaçando suas pernas ao redor dos quadris do amado e rodeando-lhe o pescoço com os seus braços.
 

            Visivelmente excitado, o rapaz reiniciou um novo beijo ainda mais apaixonado e, calmamente, passou a tomar o rumo do seu quarto, carregando Marcela junto a si. O casal parecia não se importar em esbarrar nas paredes e móveis, tamanho o desespero com que se acariciam e degustavam um ao outro.


            Ao chegar no quarto, depois de uma certa dificuldade em interromper o beijo e se separar do corpo de Marcela, Edgar pousou os pés de sua amada levemente no chão.


            Marcela, então, colocou a mão no peito do rapaz e, carinhosamente, começou a desabotoar a bela camisa preta que ele estava vestindo, a mesma que ele usara em uma inesquecível sessãozinha de cinema no seu quarto, tempos atrás.


            Depois de ter sua camisa tirada,  o rapaz, rapidamente, encarregou-se de arrancar seus próprios sapatos e meias, ficando só com o seu jeans e, ao fazer menção de tirá-los,  foi parado carinhosamente por Marcela:
 

 - Deixe isso comigo, meu amor... - falou a moça baixinho em seu ouvido, olhando-o nos olhos cheia de desejo.


            Ela, então, colocou as mãos na fivela do cinto do Edgar e começou a desatá-la. Depois, soltou calmamente o botão da calça e passou a abri-la com o vagar que precisava para, no trajeto da abertura do zíper, acariciar-lhe intimamente.
 

            A retirada da calça de Edgar revelou a peça do seu vestuário da qual Marcela mais gostava: uma certa cueca boxer branca, com a qual ela fantasiava nas suas longas noites solitárias na casa dos Villa. A preferência da moça era compreensível: por ser justa, aquela cueca desenhava perfeitamente a beleza do corpo do seu amado, especialmente as suas nádegas, as mais lindas que ela já vira em um homem; já por ser branca, ela deixava transparecer todos os contornos mais viris do seu amor, permitindo a ela ter a exata ideia da intensidade com que ele a estava desejando.
 

             E àquela altura, tamanho já era o desejo do Edgar pela moça que, quando ela fez menção de tirar-lhe a boxer, o rapaz a fez parar delicadamente:
 

 - Ei, vamos fazer isso durar um pouquinho mais, ok? - falou-lhe com o olhar que sempre derretia o coração de Marcela.
 

            Em seguida, Edgar tomou a iniciativa de despir a sua amada. Primeiramente, ajoelhou-se a seus pés e, beijando-os, começou a desatar as suas sandálias, tirando-as. Em seguida, levantou-se e, fazendo sua amada girar levemente, colocou-a de costas para si. Depois de acariciar os seus cabelos, colocou-os de lado e, ao revelar a nuca da jovem, passou a beijá-la delicadamente, enquanto suas mãos abriam o zíper do vestido.
 

            À medida que o vestido caía, os beijos de Edgar começaram a descer pelas costas da moça que, ao serem desnudadas, revelaram uma linda lingerie também branca, como se o destino tivesse resolvido combinar-lhes as roupas íntimas para aquela ocasião.
 

            Os beijos do rapaz, então, chegaram ao sutiã da amada que, rapidamente, foi desatado e lançado ao chão.  Ainda percorrendo o caminho descendente que traçara em sua mente, Edgar continuou beijando as costas da moça até chegar às suas nádegas.
 

            Neste ponto, Edgar não resistiu e parou momentaneamente os beijos para admirar uma das partes mais lindas de Marcela. Aquelas formas delicadamente arredondadas e firmes eram a maior fonte de volúpia que ele já tivera e, já não mais satisfeito em apenas admirá-las, começou a acariciá-las e mordiscá-las.
 

            Quando já se preparava para terminar de despir a jovem de uma vez, foi Marcela, desta vez, quem o fez parar:
 

 - Ei, vamos fazer isso durar um pouquinho mais, ok? - falou a jovem ao virar-se para o rapaz, piscando-lhe um dos olhos e arrancando-lhe uma gostosa gargalhada.
 

            O momento cômico não durou muito, já que o casal, novamente, se jogou nos braços um do outro, desta vez sobre a cama. Após outra sessão de intensos beijos e carícias mútuas, Marcela descolou seu corpo do de Edgar e, fazendo com que ele se recostasse na cama,  falou-lhe com a voz rouca de desejo:

- Deixa eu matar um pouco mais a saudade do teu corpo?


            Sem dizer nada, o rapaz deu-lhe um sorriso meio safado e, em seguida, fechando os olhos, abriu os braços sobre a cama, como quem está em total rendição.
 

            Sentada sobre o amado, Marcela parou um pouco para contemplar aquele corpo que tanta paixão lhe despertava. Ela lembrou a primeira vez que o notou, há alguns meses, quando entrou no quarto do rapaz para lhe repassar um recado da Camila. Na ocasião, ele havia acabado de sair do banho e, envolvido apenas com uma tolha, exibia um tórax bem talhado, músculos definidos e braços fortes. Aquela visão, acompanhada do cheiro de sabonete e xampu, a perturbou demais, tanto que nunca mais a esqueceu.
 

            Agora, Marcela não precisava disfarçar seu desejo, nem se limitar a olhar tamanha beleza. Podia tocar, provar, sentir. Então, aproximou o seu corpo do rapaz para  começar a beijá-lo na parte dele que mais lhe causava deleite: a sua boca, fonte de desejos eternos para ela, pois a provocava mesmo de longe, deixando-a meio tonta e até estrábica.
 

            Usando apenas a ponta da língua, a moça começou a acariciar os lábios macios do rapaz que, assentindo com aquele gentil convite, abriu a boca para fazer sua língua encontrar com a da amada em um duelo molhado de sensualidade.


            Marcela, então, desceu a boca em direção ao cavanhaque do Edgar, mordiscando-o, como ela adorava fazer, e sorvendo o perfume que só ele tinha. Depois, desceu aos seus braços e beijou toda a extensão das tatuagens que lhes enfeitam. Em seguida, voltou-se para beijar com avidez o seu pescoço e todo o tórax até chegar ao seu umbigo, carícia que, ela sabia, estava entre as favoritas do seu amado.
 

            Ao traçar os contornos do umbigo de Edgar com a língua, Marcela já percebia, pela respiração ofegante do jovem, a dificuldade que ele estava tendo para se manter quieto e, divertindo-se  com a situação, a moça resolveu aumentar-lhe a tortura, descendo os lábios pelo caminho de pelos que adorna a parte baixa da barriga do jovem, indo até o cós da sua boxer, ao redor do qual a moça passou a plantar inúmeros beijos molhados.
 

            Em seguida, sem mais se conter, Marcela enfim, decidiu despir o seu amado de vez, passando a beijar e acariciar tudo o que a retirada daquela última peça de roupa ia desnudando.
 

            Edgar, então, a esta altura, já estava temendo que seu corpo se precipitasse e, sem mais poder se segurar, levantou-se da cama, puxou Marcela para si e, num movimento rápido, inverteu a posição de ambos, de modo que, agora, era ele quem estava por sobre ela.


- Agora é minha vez, meu amor! - disse Edgar com a voz já trêmula de tanta paixão.

 

             Então, docemente, ele passou a acariciar os traços do rosto de sua amada com a ponta dos dedos até chegar em seus lábios, os quais ele sempre adorava tocar, extasiado com sua maciez. A moça, que  amava sentir o toque daqueles dedos, tomou um deles com sua mão e, abrindo a boca, começou a sugá-lo sensualmente, deixando Edgar  aturdido de desejo.
 

            Após deixar a moça deliciar-se um pouco, o rapaz puxou delicadamente o seu dedo, fingindo um ar de reprimenda:
 

 - Ei! É a minha vez, lembra? - falou-lhe sussurrando  e fazendo sua amada rir.
 

            Marcela adorando a brincadeira, juntou os pulsos um ao outro e os ofereceu ao amado, como quem está se deixando algemar. O rapaz correspondeu à altura:
 

- Ótimo! Assim que eu gosto: de menina comportada e obediente! - falou o jovem que colocou os braços da moça por sobre a sua cabeça, segurando os seus dois pulsos juntos com uma de suas mãos.
 

            Em seguida, de forma sedutoramente possessiva, tomou-lhe os lábios em um outro beijo sôfrego até ficarem sem fôlego. Depois, beijou-lhe o queixo e pescoço, descendo por seu tórax até chegar aos seus seios que ele, inicialmente, apenas admirou, quase com reverência, como quem mata a saudade do que não vê há bastante tempo, para, em seguida, acariciá-los e beijá-los intensamente. 


            Edgar, então, voltou a descer seus lábios, beijando o umbigo de Marcela e toda a extensão de sua barriga até chegar à sua lingerie. Naquele ponto, tal qual a sua amada, lembrou da ocasião em que ela, tempos atrás, havia entrado em seu quarto para lhe dar um recado. Até então, ele, que não simpatizava com a moça, se limitara a achá-la bonita, mas ao vê-la, naquele dia, em trajes de dormir e ao vislumbrar, pela transparência da roupa, sua lingerie clara e delicada, não pôde evitar desejá-la pela primeira vez.
 

            Inspirado por essa doce lembrança, Edgar, beijando Marcela por sobre a renda branca da sua peça íntima, começou a removê-la carinhosamente, e, tirando-a de uma vez, apoiou, em seu peito, os pés da moça,  passando a beijá-los sensualmente, sempre encantado como o fato de serem pequenos e delicados.


            Em seguida, passou a fazer um caminho de beijos molhados, seguindo o traçado da perna de Marcela e a parte interna de suas coxas, o que fez sem a menor pressa até chegar, enfim, ao seu norte, ao seu alvo, ao seu shangri-lá, à parte de sua amada que ele tornara a sua casa e que, agora, ele reencontrava da mesma forma como lembrava de tê-la deixado da última vez: quente, úmida, aconchegante e sensível, muito sensível.
 

            O rapaz, então, cheio de desejo, passou a sorver calmamente todos os cheiros e sabores de sua amada, deliciando-se como quem encontra uma fonte de leite e mel. E  enquanto ele degustava os meandros mais íntimos de Marcela, a moça, por sua vez, com uma das mãos, acariciava os cabelos do seu amado, enquanto com a outra, segurava-se aos lençóis da cama, tentando conter as reações do seu corpo, já em ponto de ebulição.


            Edgar conhecia muito bem Marcela e, percebendo que ela atingira a fronteira tênue entre o prazer e a quase tortura, enfim colocou o seu corpo sobre o dela ela e, sendo enlaçado carinhosamente pelos braços e pernas da amada, a possuiu em um único movimento firme, mas gentil.
 

            A excitação era tanta que o rapaz, temendo, mais uma vez, uma reação precipitada do seu corpo, de início, ficou quieto, aproveitando para sentir, de novo, o calor da jovem, mas logo não se tardou a dar início à deliciosa dança do amor, em princípio em uma marcha cadenciada e suave para logo se deixar levar pelo ritmo intenso do desejo que consumia os dois apaixonados.
 

            Não seria preciso muito tempo para que Marcela rapidamente entrasse em êxtase, fechando os olhos e cravando os dedos nas costas do seu amado, sem conseguir conter os tremores do seu corpo.
 

            Ao olhar o prazer estampado no rosto de Marcela, o coração de Edgar saltou de felicidade. Ele que, como bom amante, sempre se importara com a satisfação de suas parceiras sexuais, elevara o prazer de sua única amada à mais absoluta prioridade e, tendo atingido o seu principal objetivo, enfim, também se permitiu tocar o paraíso. Assim é que, ao chegar ao êxtase do prazer, o rapaz soltou um gemido que, mais do que a expressão de um orgasmo, era quase uma catarse das tantas dores e tristezas que o marcaram nos últimos meses.
 

            Ofegante e notando que poderia estar pesando demais sobre sua amada, Edgar jogou seu corpo exausto ao lado da Marcela, igualmente cansada e arfante. Após sua respiração controlar-se minimamente, ele voltou-se para a jovem que, repetindo o gesto, pôs-se exatamente de frente ao rapaz, com os rostos muito próximos e à mesma altura.
 

            Olhos nos olhos e sem que dissessem nada um ao outro, Edgar e Marcela começaram a apagar de seus corações todas as pendências, as dúvidas, as mágoas que os haviam separado, dando poder curador às lágrimas que brotavam de seus rostos.

            Emocionado, o rapaz, então, de súbito, virou-se em direção ao seu criado-mudo, pegando, em sua gaveta, a aliança que, por meses, ele usara, enquanto julgava que teria Marcela de volta.
 

 - Eu a mantive perto de mim até hoje, quando pensei que havia perdido você de vez - falou Edgar docemente - Pois hoje, ela vai voltar ao lugar de onde nunca deveria ter saído.
 

            Marcela, comovida ao ver a aliança, também, em um movimento brusco, levantou-se da cama, rumando em direção à sala do apartamento de Edgar, deixando-o confuso, para, logo em seguida, voltar, com a sua bolsa na mão, de onde também tirou uma aliança. De volta à cama, ela explicou:
 

 - Desde que conversamos da última vez, eu a tenho trazido comigo como forma de ter alguma coisa ligada a você perto de mim... - falou a moça com a voz embargada. - Pois que ela também volte ao lugar de onde nunca deveria ter saído.
 

            E dizendo isso, Marcela, com a mão direita, entregou a aliança ao Edgar, oferecendo-lhe a mão esquerda, na qual o rapaz, delicadamente, recolocou o símbolo do seu amor. Edgar, por sua vez, repetiu o gesto da amada, entregando-lhe a sua aliança e permitindo à jovem pô-la em sua mão esquerda.
 

            Ao receber a aliança, o rapaz lembrou-se do seu casamento com a jovem em uma pequena e aconchegante Igreja e, tentando repetir a frase do Reverendo Jaime que os casara, disse:
 

 - O que Deus uniu.... - falou sem conseguir terminar a frase, tamanha era a sua emoção.


            Marcela, contudo, apressou-se em completar:
 

 - ...o homem não separa - disse também apenas com um fio de voz.



            Os dois, então, chorando, abraçaram-se e,  começaram um longo beijo, desta vez terno, sem pressa ou urgência, com a calma de quem sabe que tem todo tempo do mundo para ser feliz.

 

            Como testemunhas deste encantador reencontro de almas, apenas a mobília do quarto: o criado-mudo sobre o qual pousava uma revista de entretenimento - em cuja capa um jovem casal de atores fora flagrado levando para a vida real o amor de seus personagens - e o armário, em cujo espelho a lua fazia refletir seus primeiros raios, dando ares de prata ao contorno dos jovens amantes.
 

            Ao fundo, um vizinho de Edgar ouvia The Greatest Love of All, música que o casal guardaria na lembrança como trilha sonora do seu romance.
 

            Por fim, muito mais acima, já em uma outra dimensão,  o Soberano que a tudo vê, chamou seu anjo predileto e determinou:
 

 -  Gabriel, corra ao jardim das almas e lá, comece a regar uma alminha boa que, daqui a 9 meses, irá descer à terra. Aproveite e registre nos anais eternos que ele se chamará Osmar de Andrade Sampaio.
 

 - E seria muita impertinência minha perguntar ao Eterno de quem se trata o jovenzinho? - questionou reverentemente o anjo.


             Deus, então, olhando com satisfação para o jovem casal abraçado, falou animado:
 

 - Ora, Gabriel, ele será a minha forma de celebrar aquele que, entre os que nascidos de mulher, certamente, é o maior amor de todos!



FIM





Nota da Autora: Nunca escrevi fanfic, muito menos texto sensual, mas me atrevi a fazê-lo como forma de compensar a frustração pelo fato da reconciliação do nosso casal predileto ter sido tão rápida e sem qualquer cena de maior intimidade entre eles. Acho inadmissível que as cenas mais sensuais de Edgar não tenham sido com a Marcela e, sim, com a Luíza, coisa que tentei remediar. Por fim, algumas referências sutis ao gosto do Caio Castro por ser acariciado no umbigo e sua preferência por pés delicados, à cena em que o casal se desejou pela primeira vez, à famosa cueca branca do Edgar que encheu o imaginário feminino de muitas fantasias, à mais bela camisa que Edgar usou na novela, à frase bíblica que marcou o casamento religioso do casal, ao suposto romance, na vida real, de Caio Castro e Isis Valverde e à música que marcou o casal. Por fim, uma homenagem a Osmar, cuja morte foi o início de tudo. Aos que tiveram paciência de chegar até aqui, meus agradecimentos.