O maior amor de todos - Um final alternativo para a novela TiTiTi by Smallzinha Capítulo 8

Fim da 7ª Parte:

- Delegado Valsoni? Boa tarde! Tudo bem com o Senhor?...Aqui quem fala é Marcela Andrade. Lembra de mim?...Pois é... O Senhor falou que se eu tivesse alguma novidade sobre o caso do meu acidente, eu deveria contatá-lo...Então, eu não tenho propriamente nenhuma coisa nova para lhe contar. Mas eu suspeito que estou sendo seguida, como da outra vez...

8ª Parte

           

            A suspeita de Marcela de que estava sendo seguida virou certeza quando o carro que a acompanhava há uns 10 minutos começou a emparelhar com o seu, tentando interferir na sua rota.

           

            Os vidros do carro estavam fechados e eram cobertos com uma película escura. Por isso, a moça não conseguia ver quem a perseguia, mas o aperto do seu coração já lhe fazia antever de quem se tratava.

            Depois, então, de passar a descrição do carro para o Delegado e informar-lhe de sua localização, Marcela começou a temer por sua vida, já que o carro novamente emparelhou ao seu para tentar jogá-la fora da estrada.

            Sem ter como resistir àquela pressão, Marcela entrou em uma pequena estrada lateral, tentando livrar-se da perseguição, mas sem êxito, pois o outro carro já estava atrás do seu e, em seguida, ao lado.

            Apesar de Marcela estar em um carro de porte, o outro carro era ainda mais potente e, não aguentando mais a disputa por espaço, Marcela teve seu carro jogado para a lateral, caindo em uma vala.

            Antes que pudesse sequer tentar sair do automóvel, a jovem ouviu uma voz terrivelmente familiar:

- Onde você pensa que vai, Marcela? - disse Luíza com os olhos faiscando de ódio e com uma arma apontada para a jovem - Pensou que ia livrar-se de mim assim, tão fácil?

            Vendo que não tinha para onde ir, Marcela resolveu ficar quieta. Luiza, então, prosseguiu:

 - Sai do carro! Agora! - falou quase gritando - Então, agora você anda com o carro dele? Não se satisfez em roubá-lo de mim e agora até já tomou posse do patrimônio dele também? Ah, eu sempre soube que você era um oportunistazinha barata! Mas vejo que você se superou. Agora fala para mim: como foi que você conseguiu?

 - Luíza, por favor, vamos conversar... - tentou falar Marcela para ganhar tempo enquanto pensava em algo.

-  Cala a boca!! Cala a boca!!!! Eu odeio a tua voz! Odeio esse sotaquezinho ridículo! Odeio esse seu jeitinho de boa moça que não passa de uma rameira da pior qualidade! Sim, porque só com artifícios de uma prostituta profissional que você deve ter conquistado o Edgar.

 - Luiza, eu...

            A fala de Marcela foi interrompida com um ruidoso tapa:

 - Eu já disse para você calar a boca, sua vadia! - falou Luíza apontando a arma para a cabeça de Marcela - Só quem fala aqui sou eu!! O que você pensa, hein? Que, falando, vai me convencer a ir embora? Que vai usar comigo o feitiço que usou com ele? É, foi isso... Você enfeitiçou o Edgar. Só pode ter sido isso...Por anos e anos, nenhuma mulher conseguiu tirá-lo de mim. Ele saía com várias, mas sempre voltava para mim, sempre me amava, me desejava. Era só eu estalar os dedos que ele vinha correndo. Aí apareceu você e  começou toda minha desgraça: ele não me quis mais, não me desejava mais...

            Ao falar isso, Luíza parecia ainda mais possuída de ódio:

 - Ele sequer me tocava...Ah, como eu sentia falta do corpo dele, do cheiro, do gosto... Você sabe o que é isso, Marcela? Ver o homem da sua vida ignorar você, depois de ter te amado como nunca? Você mendigar um simples carinho, sem conseguir de volta sequer um olhar? Por sua causa, sua vadiazinha, nos últimos tempos, até droga eu tive de usar para tê-lo de volta perto de mim por algumas horas. Foi quando fizemos nosso bebê...o bebê que todos dizem que não existiu, mas que eu sei que estava na minha barriga e, por sua causa, eu perdi - bradou Luíza com os olhos dilatados e o corpo trêmulo de raiva.

            Ah, então, era verdade a história da dopagem! Coitado do Edgar, meu Deus! Como eu pude duvidar dele?!- pensou Marcela, com o coração partido de arrependimento.

 - Pois agora, sua vagabunda, você vai pagar por todo o mal que me fez. Se ele não pode mais ser meu, também não será seu!!

            Luíza, então, voltou a apontar a arma exatamente na direção da cabeça da Marcela que, antevendo a morte diante de si, quase por instinto, tentou sair da mira, correndo em direção contrária, mas, antes de pudesse ir longe, seu corpo foi paralisado ao ouvir o estampido do tiro certeiro...

(continua)

Nota da Autora:  Para mim, foi demasiado injusto o fato de nunca ter sido esclarecida a inocência do Edgar com relação à suposta noite que ele teria passado com Luíza quando estava drogado. Tentei, então, nesta parte, resolver esta pendência, aproveitando para aumentar um pouco a culpa de Marcela por não ter acreditado no rapaz.