Luti e Valquíria, um amor que tudo vence by Margot - Capítulo 7

Ari e Suzana

- E Agora, Ari? Está satisfeito?!  - Suzana disse para Ari já indo para cima dele. Ela estava aos prantos.

- Não, não estou satisfeito. Você tinha razão. Eu fui egoísta, interesseiro, arrogante. E o meu filho está sofrendo por minha causa. Se eu não tivesse me intrometido na vida dele... Ari respondeu segurando os braços da ex-mulher para se proteger de seus tapas e com um olhar de profunda tristeza.

- Eu te avisei! Você com essa mania de tramar, de querer controlar tudo e todos! Com esse ódio irracional pelo Jacques...

- Eu só queria o melhor para ele. Eu achava que eu sabia o que era melhor para o meu filho!

- Quem tem que saber o que é melhor para ele é ele mesmo! Você quis dar uma de Deus, quis manipular o destino. Você fez a cabeça do Luti, o fez acreditar que a Camila era a mulher perfeita para ele. Você fez a Camila acreditar que ele era um príncipe encantado! Você dizia para ele todos os dias que a Valquíria era uma megera e que ele tinha que se casar com a Camila de qualquer jeito!

- Mas eu achava isso!

- Ele adora você, ele sempre foi o melhor filho do mundo.  Você tem noção de como foi difícil para ele te enfrentar? Você se recusou a levá-lo ao aeroporto, como ele podia viajar assim? Você é tudo para ele! É o herói dele!Ele era só um menino!

- Eu sei que eu errei! Agora sim, eu percebo como ele está sofrendo, como ele sofreu... E acabou magoando tanto a Camila como a Valquíria. Pois é, a Val deve ter qualidades, se não, ele não seria tão apaixonado por ela... Eu achei que o que o Luti sentia pela Valquíria era uma paixão passageira, um fogo de coisa proibida, sei lá, que o tempo e a distância se encarregariam de apagar.  - Ari respondeu a Suzana, sua voz era de grande pesar.

- Sabe? Quando a gente quer interferir nos sentimentos dos outros, acabamos ferindo as pessoas que mais amamos. Não se pode obrigar ninguém a amar ninguém. Veja o que Giancarlo fez! Todo o dinheiro e poder que ele tem, toda a chantagem que ele fez, não adiantou de nada, a Marcela está com o Edgar e não com o Renato.

- Eu sei! Eu quis dar uma de Cupido. Mas esqueci que ele não é apenas o mais cobiçado, mas também, o mais cruel dos deuses. Esqueci que a sua arma não é apenas a mais desejada é também a mais traiçoeira, além de ser temida por mortais e imortais. Eros, ferindo sem piedade a todos com suas flechas, escraviza homens e deuses... Provocando estragos, por vezes, irreparáveis.  - disse Ari de forma eloqüente, encarnando Valentim.

- Não se deve brincar com o amor! Sábios eram os gregos e romanos. Tinham medo do deus do amor e do desejo, não é, Ari? Mas também, sem ele, não se move montanhas... Sem o amor, o que seria de todos nós?  - respondeu Suzana, já envolvida pela sedução do pai de seu filho, já que nunca soube resistir ao seu charme.

- Minha querida, o tempo e a distância não separam quem se ama de verdade e com paixão. E a paixão não é uma coisa passageira. Sem desejo e paixão não se vive, Suzaninha! De que adianta viver sem paixão?  - Ari encarou a mulher da sua vida e chegando bem perto dela, roubou-lhe um beijo arrebatador.

- Para Ari! O que você pensa que está fazendo?  - Suzana falou afastando-o, ainda sem fôlego.

- Olha quem fala! Não é Suzana! Você que tanto foge do amor! Você se acha muito sabida, dá conselhos a todos, mas a sua vida é uma bagunça! Você me dispensou e me empurrou para Marta. E agora eu estou aqui sozinho sofrendo por você e você sofrendo por mim, não adianta negar!

- Você não está mais com a Marta?!  - Suzana perguntou tentando disfarçar a alegria.

- Claro que não, como eu poderia estar com uma mulher se eu sou completamente apaixonado por outra? E ainda sabendo que ela também é apaixonada por mim, sempre foi.

- Ari, eu não sou a mulher certa para você. E nem você é o homem certo para mim!

- A pessoa certa é aquela que a gente ama! Ama com paixão, aquele amor que nada consegue apagar! E Ari roubou outro beijo de Suzana, e dessa vez ela não reclamou. Ela estava morrendo de saudades dele! A mãe de Luti tinha ficado muito abalada com o romance do ex-marido com a vizinha. Às vezes a gente precisa perder o que tem para dar o devido valor!

- Está bem! Eu me rendo, eu sou louca por você, sempre fui e sempre serei! Eu te amo Ariclenes Martins! Que o Cupido nos proteja!

- Claro que você me ama! Eu também te amo muito. Eu fiz tudo por você. Eu inventei o Victor Valentim para te reconquistar!

- Rá! Não querido. Você inventou o Victor Valentim para se vingar e destruir o Jacques Leclair!  - Suzana disse para Ari com um sorriso nos lábios e as mãos na cintura.

- Tudo bem, eu confesso: Eu sempre quis destruir o André. Mas eu caprichei por sua causa.

- Está bem, está bem. A gente sempre faz as coisas por vários motivos, não é? E qual a sua brilhante idéia para ajudar o nosso filho?

- Não sei ainda! Mas eu vou juntar ele e a Vampira, quer dizer Valquíria. Ah, se vou! Se não eu não me chamo Ariclenes Martins! Não se preocupe! O Lutinho ainda vai ser feliz.

- Ai, ai, ai. Tenho até medo de pensar no que você vai aprontar... Você acabou de dizer que não vai mais brincar de Cupido! É perigoso. Deixe que o destino se encarregue de arrumar as coisas.

- Que destino, que nada. E quem disse que eu confio no destino!? Ele já me pregou muitas peças, meu amor.

- E também já está na hora do Luti crescer e andar com as próprias pernas. Está na hora de você parar de interferir na vida dele. De ele sair da barra da sua calça, Ari.

-Vou pensar no seu caso. Mas primeiro, eu preciso convencer o André, dizer que não adianta ele querer separar a filha dele do meu filho. Eles se amam, a gente vai ter que se conformar. O que aconteceu hoje foi a gota d’água. “Romeu e Julieta” sempre foi uma tragédia, não é? Como isso poderia terminar com um final feliz?

- Acho que não vai ser necessário. Você não viu? Foi o Jacques que defendeu o nosso filho hoje na igreja, ele que acabou com a briga. Eu pude ver nos olhos dele que ele sabia muito bem que se a filha dele estava sofrendo, ele era um dos responsáveis.  Se ela tinha sido capaz de se humilhar daquela maneira, indo até lá na Igreja e se o nosso filho também fez o que fez é porque eles ainda se amam e muito. E por mais que as pessoas façam de tudo para separá-los, isso só irá causar mais dor. Não acredito que ele irá interferir.

- Talvez você esteja certa. Mas eu vou conversar com ele mesmo assim.

- Agora, vem, vamos buscar o Luti e levá-lo para casa, ele precisa do colo da mamãe.  - disse Suzana, pensando como iria ajudar seu filho a superar toda aquela tragédia que estava acontecendo com ele.

- Depois, sou eu que mimo o nosso Luti!

Finalmente Suzana e Ari assumiram que de fato nunca se separaram.